A portabilidade numérica não ficará defasada com a popularização da telefonia IP, que permite mobilidade mantendo a numeração do lugar de cadastro inicial do usuário ? como é conhecido o serviço nomádico, em operação nos EUA, Alemanha e Inglaterra.
A opinião é do diretor geral da Rabión Consultancy, Raymond Bouwman, que participou nesta terça, 7/2, do seminário Number Portability, em São Paulo. Para o executivo, o uso do Skype nesses países passou a se tornar uma ameaça para as companhias de telefonia móveis, que oferecem serviços mais caros.
A portabilidade ainda não decolou no Brasil, embora seja um dos pilares da competição, e um dos entraves é o churn que provocará entre os assinantes. Outra questão é quem pagará pelo serviço, que consta dos novos contratos de concessão, mas sequer se sabe se começará pela telefonia fixa ou móvel.
Para o coordenador de sistemas da TIM, Maurício Alcântara, ainda não existe no País uma tecnologia apta para o funcionamento da portabilidade. ?A implantação deverá ser de médio a longo prazo. Operadoras que não estiverem prestando serviços de qualidade poderão perder clientes para outras?, lembra Alcântara.
O executivo destaca que para os consumidores a operação também será interessante, já que deverá haver uma ?guerra? por preços mais competitivos.
O engenheiro da CTBC, Daniel Galvão, acredita que a portabilidade numérica é um desafio que envolve todas as áreas da empresa.
?O alto custo para implementação pode valer a pena para algumas operadoras. As pequenas e médias, que não dispõem de um longo alcance geográfico, podem conquistar mais clientes do que as grandes, já espalhadas praticamente por todo o Brasil?, diz Galvão.
A Claro, por meio de um comunicado, divulgou que ?não se manifesta sobre assuntos referentes à regulamentação do setor de telefonia que estejam em discussões prévias?, assim como a Vivo. A Anatel também não quis se pronunciar sobre a questão.
