E-mail vai se juntar ao fax

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O WhatsApp Business chegou para melhorar a comunicação entre as pequenas e médias empresas e logo vem a versão para grandes empresas, a Enterprise. A proposta das duas versões do app é uma comunicação mais rápida, segura e em uma única plataforma, sacramentando que não dá mais para ficar esperando pelo e-mail pra fechar negócio.

A "formalização" do app no mundo corporativo (pois sabemos que há tempos empreendedores usam o WhatsApp para falar com clientes, vender produtos e serviços) é reflexo da entrada no mercado de trabalho das novas gerações (Millennials e geração Z). Nós não nos comunicamos ou consumimos mídia mais da forma tradicional. Os vídeos no YouTube ganham da televisão aberta, os filmes e séries no Netflix, a locomoção via bike ou aplicativos como Uber e Cabify, as listas de música no Spotify. É uma mudança natural, de comportamento, que veio para "ficar" – e cabem as aspas aqui porque nada em comportamento, geração, ou tecnologia é estático. As coisas permanecem enquanto fazem sentido. A mudança é inevitável e nos cabe extrair o melhor dela, usando as novidades ao nosso favor.

As novas gerações já vinham matando os e-mails no universo corporativo com uso de outras soluções de mensageria. Empresas como a Slack e a Wrike oferecem plataformas internas, blogs e interação entre os funcionários de uma companhia por meio de canais, grupos, chat e vídeo chamada em contexto empresarial. Criam-se canais sobre temas específicos, documentação centralizada, sem aquela longa troca de e-mails.

Agora, as novas versões do WhatsApp combinadas aos Bots vêm para efetivar uma mudança já anunciada, da Era App para a Era Bot. Segundo o estudo Digital in 2017, feito pelo instituto We are Social, são 139 milhões de usuários da Internet no Brasil e pelos dados do app de chat,120 milhões deles usam o Whatsapp. Por ser um canal livre de spam (uma das maiores preocupações da empresa foi crescer sem nunca deixar isso mudar), já estar nos nossos celulares e não demandar aprendizado de uso. A dupla deve sacramentar a morte do e-mail mais rápido que esperamos.

O motivo para tal mudança é bem claro, o consumidor/cliente quer ser atendido a qualquer momento e espera conseguir as informações que deseja (principalmente o preço) no momento em que saca seu smartphone do bolso. Em vários casos no Google Trends a busca por "preço de produto" está acima de "onde comprar o produto": pense em você buscando um produto na internet, quer saber o preço e quanto tempo demora para chegar. As pessoas desejam pronto atendimento, informações claras, objetivas, rápidas.

Os bots integrados ao WhatsApp desempenharão esse papel muito bem. Neste sentido, também se espera, evidentemente, uma mudança no mercado de trabalho. O vendedor que só sabe tirar pedido também irá para o mesmo caminho fatal dos e-mails. Vai morrer. Perder seu lugar para o vendedor consultivo.

Em resumo, as novas versões de WhatsApp integradas aos Bots – a API ainda não foi liberada, mas olhando para o histórico da empresa, é mais provável que após o lançamento do Entreprise, ela seja liberada para alguns clientes de alto volume de interações escolhidos a dedo no início – vem sacramentar uma nova Era. Uma Era em que uma nova geração, com comportamentos nitidamente distintos da geração anterior, vem mudar as relações de trabalho, a forma como negociamos e nos comunicamos.

Estamos saindo da "Era dos Apps" para a "Era dos Bots" para manter um diálogo mais dinâmico com o cliente e também e possibilitando o acesso dele aos serviços de forma muito mais ágil. A tecnologia muda em uma velocidade cada vez maior e nós não conseguimos prever o que virá, mas me arrisco a fazer uma previsão de curto a médio prazo: o e-mail vai morrer e o "Botzapp" será, ao que tudo indica, o seu substituto.

Mateus Azevedo, sócio da BlueLab.

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