A demissão do presidente da Fujitsu, Kuniaki Nozoe, está sendo investigada pela Tokyo Stock Exchange (TSE), órgão regulador do mercado de capitais japonês semelhante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil, de acordo com informações do The Wall Street Journal. O órgão quer apurar se a empresa está escondendo ou não informações sobre o afastamento de Nozoe do cargo devido a uma mudança nas explicações para a demissão, atendendo a reclamações de investidores e acionistas da empresa.
Em setembro do ano passado, quando Nozoe deixou a presidência da companhia, a direção da Fujitsu afirmou que o executivo havia se demitido por motivo de doença, mas no sábado passado, 6, a empresa publicou um comunicado dando outra versão para a renúncia do executivo.
Segundo o documento, em fevereiro do ano passado, a Fujitsu estava implantando um projeto envolvendo serviços tercerizados, mas por volta de julho, auditores da companhia japonesa apuraram que a prestadora dos serviços em questão, cujo nome não foi revelado, "não tinha boa fama no mercado" e por isso decidiram cortar as relações, orientando Nozoe a fazer o mesmo. O executivo, porém, continuou mantendo "laços estreitos" com a empresa e por isso foi despedido.
A divulgação de uma segunda explicação para um movimento que já não estava sendo bem visto pelo mercado, porém, fez com que a TSE iniciasse um processo de investigação do caso e derrubasse, segundo o jornal americano, em 2,7% o preço das ações da Fujitsu nesta segunda-feira, 8.
Para o advogado corporativo da Fujitsu, Takeshi Nakao, a decisão do órgão regulador japonês não afetará em nada os negócios da empresa. "Não há o menor risco de um processo de acionistas neste momento", declarou.
- Renúncia mal explicada