Os gastos mundiais com publicidade digital devem atingir US$ 170 bilhões neste ano, sendo que o dispêndio com anúncios em resultados de buscas aumentarão 16%, para US$ 81 bilhões, de acordo com projeção da empresa de pesquisa eMarketer. Esses números, segundo a consultoria, revelam que os anúncios em resultados de buscas serão responsáveis por mais da metade do total aplicado em publicidade digital em todo o mundo em 2015.
O relatório aponta o Google como líder incontestável nesse mercado, com o maior market share global. O estudo também estima que a receita com anúncios em resultados de buscas do Google aumentará 16% neste ano, para US$ 44,5 bilhões — cifra que representa mais da metade dos US$ 81 bilhões que serão investidos pelos anunciantes.
O negócio de publicidade em resultados de buscas do Google é altamente rentável porque, por ser o mecanismo de buscas mais popular no mercado mundial, ele acaba ditando os preços. Ele cobra taxas mais elevadas para publicidade em resultados de buscas em relação a chamada propaganda de exibição, já que o anúncio aparece nas páginas de resultados de buscas quando o usuário está procurando informações específicas, além de ter maior chance de se clicado.
Para se ter uma ideia desse domínio, um estudo da comScore mostra que a ARPU (receita média por usuário) com anúncios em buscas do Google foi de aproximadamente US$ 45 no primeiro trimestre de 2014, enquanto a do Facebook foi de apenas US$ 7,20. A mesma métrica para Twitter foi de US$ 3,60. Isso indica que o preço cobrado pelo Google é cerca de seis vezes maior do que o do Facebook e cerca de 15 vezes superior ao do Twitter.
Um outro relatório, este da StatCounter, mostra que o Google também lidera o mercado de busca móvel, que tem sido impulsionado por dois fatores: o domínio que exerce no segmento de busca globalmente e ao rápido crescimento do mercado mundial de publicidade móvel. De acordo com o instituto de pesquisas, o Google detém uma participação de 87% do mercado de busca móvel dos EUA.
A eMarketer estima que o mercado de publicidade móvel deve saltar de aproximadamente US$ 19 bilhões em 2014 para cerca US$ 66 bilhões em 2019, o que representa uma taxa de crescimento composto anual (CAGR) de 28%.
Apostas em parcerias
Em contraposição ao crescimento do Google, a participação da Microsoft no mercado de publicidade digital deve ficar estagnada neste ano. Estimativas da eMarketer apontam que fatia do Bing, a ferramenta de buscas da empresa, será semelhante a de 2014. No entanto, a receita publicitária com anúncios em resultados de buscas deve crescer 18,5%, impulsionada principalmente pela parceria que mantém com a Apple no iOS 7 e iOS 8.
Outro fator que deve contribuir para o aumento da receita é a ampliação do acordo de buscas na internet com o Facebook, depois de ter lançado também uma nova função para realizar buscas dentro da rede social. A nova função de busca do Facebook integrará resultados do Bing, reforçando ainda mais a exposição de anúncios na ferramenta da Microsoft. Isso também deve ajudar a minimizar o fim da aliança com o Yahoo, que expressou o seu desinteresse em continuar o acordo com mantina na área de buscas com a Microsoft.
O Yahoo, que ocupa o quarto lugar no mercado de publicidade em resultado de buscas em todo o mundo, também deve perder participação de mercado. Segundo a eMarketer, o market share da empresa deve cair de 3% em 2013 para 2% neste ano. No entanto, a consultoria acredita que o site pode se estruturar para crescer. Há uma série de fatores para isso acontecer.
O primeiro é o recentemente acordo fechado com a Mozilla, por meio do qual o Yahoo substituirá o Google como mecanismo de buscas padrão, o que o ajudará a ganhar participação às expensas do Google. De acordo com os últimos dados da StatCounter, em dezembro de 2014, o Yahoo atingiu a sua maior participação no mercado de buscas nos Estados Unidos, em mais de cinco anos. O Google, por sua vez, registrou a menor participação mensal naquele mercado — diminuiu de 77% em novembro para 75% em dezembro. Em segundo lugar ficou o Bing, com 12,5% de market share, seguido pelo Yahoo, com 10% (veja gráfico abaixo).
Outro fator que pode ajudar o Yahoo é o acordo que vem negociando com a Apple para usar o navegador de internet Safari como ferramenta de pesquisa, já que ele tem um campo de busca inteligente. A parceria do Google com a Apple está prestes a expirar. Será interessante ver com quem a Apple assinará contrato. Se Yahoo conseguir esse cordo, aumentará sua fatia em anúncios em resultados de buscas, inclusive no mercado móvel, uma vez que o Safari é o navegador móvel mais popular. Ele tem uma participação de mercado de 44%, de acordo com a StatCounter.
Aliado a todas estas informações, vem o fato de o algorítimo de buscas do google priorizar os sites que tenham versão mobile ou sejam responsivos. Muitos que não são, perderam o ranking orgânico. Isso vai forçar as empresas a gastarem mais com publicidade ou invertirem em novos projetos.