No momento em que o mundo demonstra grande inquietação com a vulnerabilidade dos sistemas e o sigilo das informações, muitas pessoas parecem dispostas a fornecer dados pessoais para ter acesso a diferentes tipos de serviços oferecidos por instituições públicas, companhias de transportes (aéreo, ferroviário e rodoviário), travessia de fronteiras, alfândegas etc. Em troca, elas exigem mais segurança.
Esse é o resultado de um estudo sobre gerenciamento de identidade, que a Unisys realizou em 14 países em parceria com o instituto Ponemon, especializado em analises de privacidade e segurança. Foram ouvidas 1.661 pessoas da América do Norte, Europa, Ásia Pacífica e América Latina, entre eles 116 brasileiros, com o objetivo de mapear as percepções individuais sobre os métodos de gerenciamento de identidade.
A maioria das pessoas (71%) disse ser favorável ao fornecimento de dados pessoais para ter acesso aos serviços e aceitaria ter um documento único de identificação ? uma espécie de credencial multiuso ? para ter mais facilidade no acesso a serviços e locais. A condição imposta é que as organizações apresentem sistemas seguros e de alta tecnologia.
A biometria foi apontada por entrevistados de todas as regiões como um método bem aceito de comprovação de identidade. Os principais motivos são a praticidade (é desnecessário memorizar senhas) e a rapidez na identificação pessoal. O maior índice de aceitação vem da América do Norte, com 71% e o menor, da América Latina (58%).
O reconhecimento de voz e a impressão digital foram apontados como as soluções biométricas preferidas, em detrimento do reconhecimento facial, da geometria das mãos e da íris.
?Cada vez mais os indivíduos procuram por agilidade no acesso a serviços e informação, sem, no entanto, abrir mão da garantia da privacidade de seus dados de identificação. A utilização de novas técnicas de gestão de identidade, como a biometria, é voluntária e depende de uma relação de confiança entre as partes?, avaliou o diretor de consultoria em segurança da informação da Unisys Brasil, Rubens Caparica.
O estudo mostrou que a maioria das pessoas se preocupa com o acúmulo de informações pessoais em um único lugar. Muitos temem ficar mais vulneráveis a ataques de criminosos e a roubos de identidade. A América Latina apresenta a maior resistência à idéia de gerenciamento de dados pessoais. É, também, a região com menor índice (54%) e aceitação à idéia de documento único de identificação. Nas demais regiões a aceitação varia de 69% a 84%.
Segundo o estudo, os latino-americanos confiam apenas em bancos para emissão e a gestão de credenciais de identidade. Os entrevistados de outras regiões confiam em órgãos públicos.
Por sinal, a confiança nos bancos é unânime entre todas as regiões. Já a Polícia tem índices de rejeição de 50% na América Latina e de 40% na América do Norte. Na Ásia-Pacífico e na Europa a confiança na organização é de 15% e 18%, respectivamente.