Os recursos movimentados com os negócios do setor de tecnologias da informação e comunicação (TIC) totalizaram R$ 479 bilhões em 2018. O balanço foi apresentado nesta quarta-feira, 8, pela associação brasileira das empresas do setor (Brasscom). A soma marcou um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior e representou 7% do Produto Interno Bruto do País em 2018.
Nesta área estão desde operadoras de telecomunicações (como Vivo e NET) até setores de tecnologia de grandes empresas (como bancos e redes de comércio), passando por vendedoras de equipamentos e softwares. As primeiras geraram R$ 237 bi em produção, com crescimento de 1,3% sobre 2017.
As empresas de tecnologia (como as que comercializam equipamentos, softwares e serviços) foram responsáveis por R$ 197,4 bilhões, tendo registrado o maior crescimento, de 4,2%. Os negócios de TI de outras empresas (chamadas pela associação de "TICS in house") geraram R$ 43,8 bi, com crescimento de 1,5%.
Empregos
Segundo o balanço, o macrossetor das tecnologias da informação e comunicação empregava 1,52 milhão de pessoas em 2018. Deste total, 845 mil estavam em empresas de tecnologia, 287 mil em operadoras de telecomunicações e 385 mil em braços de TI de firmas de áreas diversas.
Apesar de lucratividade maior, o segmento de telecomunicações é menos intensivo em força de trabalho do que o de firmas de tecnologia. Ele foi responsável por quase metade (49,7%) do faturamento, mas empregou 13,6% das pessoas.
"Isso é normal porque telecom é atividade de alto valor agregado e intensivo em capital físico. Os grandes setores empregadores são software e serviços e o 'in house'. Estes geram a maior quantidade de empregos e de alto valor agregado", explicou o presidente-executivo da Brasscom, Sérgio Paulo Galindo.
O resultado de 2018 significou um aumento de 43 mil postos de trabalho em relação ao ano anterior. O saldo marcou uma retomada após anos anteriores. Em 2017, o resultado havia sido praticamente estável, com queda de 1 mil postos. Em 2016, o desempenho foi de perda de 50 mil vagas.
A maior responsável pelo superavit de empregos em 2018 foram as empresas de tecnologia, mais especificamente as de software, que geraram 21 mil novas vagas. As operadoras de telecomunicações criaram 12 mil empregos e as áreas de TI de outras companhias, 3 mil.
Ranking
Tomando os dados mais atualizados, relativos a 2017, o Brasil ficou na 7ª colocação no ranking mundial em volume de recursos gerado por companhias de TIC. As nações na ponta da lista foram: Estados Unidos (R$ 4,2 trilhões), China (R$ 1,7 trilhão), Japão (R$ 904 bilhões), Reino Unido (R$ 556 bilhões), Alemanha (R$ 512 bilhões), França (R$ 399 bilhões) e Brasil (R$ 364 bilhões).
"Estamos em uma posição relativamente confortável, não tem grandes ameaças de outros países abaixo, mas estamos bem distantes da França. O que tem sido dito pelas empresas de fora é que o mercado brasileiro é interessante, elas querem investir", disse Galindo.
Perspectivas
O estudo da Brasscom projeta entre 2019 e 2022 investimentos de R$ 345,5 bilhões no que chamou de "tecnologias de transformação digital", com um ritmo de crescimento ao ano de 19,3%. Dentre estas, o segmento de Internet das Coisas deve receber R$ 155,2 bilhões, os serviços em nuvem, R$ 77,8 bilhões, e coleta e análise de dados (Big Data), R$ 61 bilhões.
Já os serviços envolvendo tráfego de dados em alta velocidade (banda larga) devem ser objeto de investimentos de cerca de R$ 396,8 bilhões no mesmo período. O crescimento ao ano esperado de aporte de recursos nesta área deve ser de 5,7%. As informações são da Agência Brasil.