Projeto Telemedicina da Amazônia faz primeira transmissão internacional

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Uma cirurgia de trauma abdominal realizada nesta quinta-feira (8/6) no Hospital das Clínicas, em São Paulo, foi assistida em tempo real por especialistas de Houston, Texas, por médicos, residentes e estudantes de medicina do Amazonas (da capital, Manaus, e de três municípios do interior ? Coari, Parintins e Humaitá). Esta foi a primeira transmissão internacional do projeto Telemedicina da Amazônia, que existe há um ano e meio.

"As teleaulas são uma oportunidade de padronizar nossa conduta", declarou um dos coordenadores do Pólo de Medicina da Amazônia, Cleinaldo Costa. Segundo ele, diante de um quadro grave não há tempo para ficar pensando o que fazer e por isso o treinamento prévio é importantíssimo.

"A gente está vendo uma cirurgia em um paciente que teve uma pancada no abdômen e está com algum órgão interno sangrando. Os médicos estão trabalhando para parar o sangramento", relatou o cirurgião Marcelo Monteiro, que assistia à operação por meio de um telão instalado no Centro Técnico-Operacional (CTO) do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) em Manaus.

"Como a transmissão é muito nítida e os passos são feitos lentamente, fica perfeito o entendimento. A gente lê e tem que ficar imaginando o que está lendo. Aqui, nós vemos o procedimento realizado pelo especialista que escreveu o artigo".

O Telemedicina é fruto de um acordo de cooperação técnica entre a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e o Sipam.

O coordenador técnico do Sipam em Manaus, Otaviano Cavalcante Neto, explicou que as transmissões são feitas por meio da rede de comunicação do órgão, que tem 700 terminais de usuários espalhados pelos nove estados da Amazônia brasileira. "Mas apenas 60 terminais têm o I.P. Advantage [aparelho necessário para receber as imagens de vídeo]. Por enquanto, só eles têm capacidade técnica para participar das teleaulas."

O gerente do Sipam em Manaus, Luciano Laybauer, ressaltou que, além de assistirem às teleaulas, os estudantes do internato rural no interior podem interagir com os especialistas das grandes cidades por meio do canal de fonia. Cada terminal de usuário possui um computador com intranet e um aparelho de telefone-fax ? ambos conectados aos demais terminais via satélite.

O internato rural é um dos estágios obrigatórios para estudantes do último período de medicina da UEA e da Ufam, no qual eles passam 73 dias em municípios do interior do Amazonas. "Nós não podemos perder o foco da humanização do atendimento médico", lembrou o outro coordenador do Pólo de Telemedicina, Pedro Elias de Souza. "A telemedicina facilita o atendimento de pessoas que moram em lugares distantes. Mas o contato com o paciente é fundamental."

Com informações da Agência Brasil.

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