Em meio ao processo de cisão (spinoff) do negócio de computadores pessoais e impressoras da unidade de hardware e serviços corporativos, previsto para ser concluído em outubro deste ano, a HP anunciou nesta segunda-feira, 8, que irá expandir seu quadro de funcionários. A companhia vai abrir cerca de 4,7 mil vagas de emprego e estágios internacionais, quase o dobro dos cerca de 2,5 mil postos de trabalho que serão abertos nos EUA, segundo nota publicada em seu site.
O aumento da contratação de empregados no exterior se deve ao fato de que, hoje, cerca de 65% das vendas da HP virem de fora dos EUA e também por serem os mercados de crescimento mais rápido.
Em maio do ano passado, a HP havia anunciado que demitiria de 45 mil a 50 mil empregados, o que representou um aumento significativo em relação ao objetivo anterior, que era dispensar 34 mil funcionários. Até agora, a HP já cortou 36 mil empregos, sendo que a redução do número de trabalhadores totaliza 317 mil desde o ano passado. A meta da empresa com os cortes é alcançar uma economia de cerca de US$ 1 bilhão com a restruturação e um adicional de US$ 2 bilhões em reduções de custos com a cisão das unidades.
"Nós temos que ter uma estrutura de custos que nos permita competir", disse Meg Whitman, CEO da HP, em entrevista à Bloomberg News. "Precisávamos ter mais pessoas fora do grupo de serviços por causa da mudança no mercado de terceirização de TI, de modo que é um lugar que vai ao longo do tempo ter menos pessoas. Mas esperamos ter mais pessoas nas áreas de segurança, big data e na área de transformação em um ambiente híbrido."
A maior parte dos novos postos de trabalho será aberta em centros regionais bem estabelecidas como no Reino Unido, onde serão criadas 250 posições, e na Índia, que terá 1,4 mil vagas, bem como emmercados emergentes como o México, Costa Rica e Brasil, onde serão abertas 261 vagas. "Os mercados emergentes tendem a ter crescimento mais rápido do que os EUA", explicou Whitman. "Nós precisamos ter pessoas onde estamos crescendo."
"A contratação de mais pessoas nos mercados emergentes — Índia, China, Filipinas, América Latina e em outros lugares — também ajuda a manter os custos baixos, dando à HP mais condições de competir com outros fornecedores, da IBM a Huawei, da EMC a Lenovo", disse Whitman.
Embora ainda não esteja claro como as contratações e as demissões serão distribuídas entre a HP Inc e HP Enterprise, as duas empresas resultantes da cisão, a divisão de serviços nos EUA, parte da HP Enterprise, deve ser a mais afetada. "Pode haver um ligeiro movimento para mais locais fora dos EUA", disse Whitman.
"Isto já era evidente no negócio de serviços da HP, que tem sido de reduzir a força de trabalho em países de mão-de-obra de alto custo", segundo Mike Nefkens, chefe de serviços da empresa. "Temos feito de forma agressiva isso", disse.
Mas nem tudo se resume a cortes. A HP realiza muita pesquisa fora os EUA, particularmente na China, Índia, Bulgária e Costa Rica. Isso ajuda a atrair talentos, principalmente engenheiros, para cargos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de ponta nessas regiões. "Essa é uma parte do que podemos fazer como uma grande empresa", disse Whitman. "Nós podemos atrair os melhores talentos do que eu chamaria de mercados secundários."