De 2013 para hoje, a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) estima que houve aumento de 20 vezes o número de startups criadas no país. Com o mercado aquecido, o interesse de aceleradoras, incubadoras, venture builders e investidores-anjo acompanha esse crescimento.
Com tantas formas de se conseguir crédito, qual seria o mais adequado? Como tomar essa decisão? Os investidores-anjos são os mais conhecidos, mas não necessariamente os mais apropriados, assim como o fundo de venture capital. As ventures builders são fontes mais democráticas de investimento pelas cinco razões que vou listar:
- Quando se opera em uma venture builder (VB), o valor inicial de investimento é menor do que um aporte como anjo ou em venture capital; estamos falando de valores em torno de R$ 50 mil a R$ 80 mil.
- Ao investir em uma VB, o investimento não é único, você consegue ao mesmo tempo ter em sua carteira outras startups com um único aporte.
- Aplicar em ventures builders mitiga o risco do investidor, já que este se torna sócio da VB, e seu aporte monetário sustenta a operação da própria empresa que irá acelerar a startup.
- A VB mantém em seu portfólio apenas startups que estejam performando. Ou seja, diferentemente de um investimento-anjo, que tem 80% de chance de perda de capital, ou de uma venture capital, em que apenas 15% a 20% do portfólio costumam dar certo, na VB as startups que não performam são substituídas por outras.
- Um sócio investidor de uma venture builder tem acesso preferencial aos investimentos diretos nas startups quando elas começam a performar/tracionar, e precisam de dinheiro para escalar. Ou seja, as startups recomendadas para investimento estão sendo acompanhadas de perto, mitigando o risco do investidor.
Os investidores-anjo, na maioria das vezes, são pessoas físicas que possuem recursos financeiros e querem ajudar o empreendedor em sua ideia ou no início de um novo negócio. É um risco para ele. No venture capital o investidor injeta sua verba em um fundo, ou numa administradora, e esta arca com os recursos de todos que investiram nas startups em valores distintos, de acordo com a tese do fundo. A questão é que poucas startups darão retorno.
As ventures builders se tornam opções mais assertivas, pois oferecem, além de tudo, ajuda operacional e governança, acompanhando o dia a dia das empresas e compartilhando o risco do investidor.
Ana Debiazi, CEO da Leonora Ventures.