Desde que decidiu "ressuscitar" sua oferta pela área de buscas do Yahoo, a Microsoft vinha mantendo uma certa discrição, com a estratégia de evitar que a proposta fosse superdimensionada. Mas, agora, o CEO da companhia, Steve Ballmer, resolveu não esconder mais o interesse pelo negócio e aumentou a pressão sobre o conselho de administração do Yahoo.
Em entrevista concedida ao jornal britânico Financial Times, o executivo voltou a negar a possibilidade de a Microsoft adquirir o Yahoo como um todo, apesar da queda significativa no preço das ações da empresa, impulsionada pela crise financeira mundial, que fez o seu valor de mercado cair para US$ 17 bilhões, cerca de 40% inferior à oferta inicial da Microsoft, de US$ 47 bilhões.
Segundo Ballmer, a melhor época para se buscar um acordo foi no momento de transição da gestão das empresas, quando a Microsoft procurava um executivo para comandar a sua área de internet e o Yahoo buscava um novo CEO. "Agora temos alguém no local executando o nosso negócio on-line, enquanto o Yahoo ainda procura um CEO. Se um acordo para a área de buscas é para ser concretizado, provavelmente deve ser feito no período entre a nomeação de novos líderes em ambos os locais", disse o executivo.
Após receber duras críticas dos acionistas por sua incapacidade de chegar a um acordo para a venda da empresa à Microsoft, Jerry Yang, que até então ocupava o cargo de executivo-chefe, deixou o posto. Desde novembro do ano passado o Yahoo busca um substituto para Yang e rumores dão conta que a empresa está próxima de fechar com um candidato.
De acordo com estimativas de analistas de Wall Street, um acordo com a Microsoft para a venda de sua área de buscas poderia acrescentar mais de US$ 12 bilhões de valor de mercado ao Yahoo. "Tínhamos um acordo sobre a mesa que eles não aceitaram, mas eu ainda acho que [o negócio] faz sentido", disse o Ballmer. "Para nós, o valor para o cliente, o valor para o anunciante, gira em torno da parceria para buscas na internet", concluiu o executivo.
- Nova tentativa