Empresas dos EUA admitem trocar de informações sigilosas com governo por maior segurança

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Grandes empresas dos EUA querem ajuda maior do governo no combate aos crimes cibernéticos e, para isso, admitem negociar a troca de informações sigilosas por uma melhoria na infraestrutura de segurança. A proposta foi feita pela Business Roundtable, entidade que reúne diversos presidentes de companhias, responsável pelas negociações com o governo americano para resolução de problemas empresariais, cujo comitê de informação e tecnologia é presidido pelo CEO da Mastercard, Ajay Banga.

A Business Roundtable iniciou nesta quarta-feira, 9, uma campanha para pressionar as autoridades a cooperarem mais com a segurança digital. O curioso é que no ano passado a entidade ajudou a derrubar leis de cibersegurança no Congresso americano, entre elas os polêmicos projetos de lei antipirataria Stop Online Piracy Act (SOPA) e Protect IP Act (PIPA).

Apesar da campanha, a Casa Branca está preparando uma ordem executiva que poderá pressionar algumas empresas a fazer mais em prol da segurança das redes de computação do país. Além disso, o Congresso pode aprovar uma legislação específica sobre o assunto ainda neste ano.

Alguns congressistas e agentes de segurança acreditam ser necessária a imposição de normas às companhias para proteção de infraestrutura crítica, nos moldes das existentes hoje no setor elétrico e no sistema bancário. Segundo James Lewis, conselheiro da Casa Branca e do Congresso para questões de cibersegurança, essas normas são imprescindíveis porque o governo quer que as empresas bloqueiem invasões antes que elas aconteçam, e não que apenas respondam às ameaças depois de alertas emitidos por agências oficiais.

Para especialistas, a solução gira em torno da troca de experiências entre os empresários, até então sigilosas pelas regras de mercado. “Você só pode compartilhar informações de ameaças que você conhece”, afirmou Lewis ao The Wall Street Journal. “Sobre as ameaças mais avançadas, não há informações para serem disseminadas”, completou.

Durante muito tempo, as empresas foram contra a criação de normas, mas grandes companhias estão realizando uma melhora voluntária na segurança em troca da obtenção de dados sigilosos sobre ameaças. “O negócio de cibersegurança é mais sobre inteligência e contraespionagem do que a segurança física, com agentes armados”, afirmou Banga ao jornal americano.

Os membros da Busines Roundtable defendem maior ação do governo para negociar essas informações valiosas conhecidas pelo Estado com companhias privadas. Isso significa mais clareza para os funcionários do setor, e talvez uma legislação elaborada pelo Congresso para estabelecer regras sobre a troca de “segredos corporativos”.

Em troca, as companhias e seus conselhos administrativos fariam um exame minucioso sobre os dados com a promessa de agir rapidamente com inteligência e estratégia sobre o que ficou disponível. A posição está em linha com uma medida aprovada pela Casa Branca no ano passado, mas que foi barrada pelo Senado do país.

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