O uso de software como um serviço já foi debatido e aprovado em diferentes setores, tanto privados quanto públicos. Mais conhecido no universo da TI como SaaS (do inglês, software as a service), o software como serviço tem lugar no cotidiano da maioria das empresas.
As previsões quanto à sua presença no mercado mundial de software são bastante otimistas. O consumo de aplicações corporativas como serviço, de acordo com o Gartner, deverá aumentar em até 22,1% até no ano de 2011. Estima-se que até lá o SaaS atinja uma representação de 25% no mercado de software utilizado nas empresas. Ainda conforme o Gartner, a receita global gerada pelo SaaS deverá atingir 11,5 bilhões de dólares em 2011.
A principal diferença, entre o SaaS e outros modelos criados como alternativa à compra de licenças de software, está na tecnologia adotada. Em geral, as aplicações que estão disponíveis nesses novos modelos foram desenvolvidas especificamente para o ambiente web, utilizando padrões abertos (como Java) e SOA (arquitetura orientada a serviços). Esse fato, segundo sugerem alguns especialistas, facilita a integração com outros sistemas e também a migração de aplicações, eliminando as amarras em relação ao fornecedor.
De acordo com um estudo feito pela consultoria McKinsey & Company, essa flexibilidade para trocar a aplicação e, consequentemente, o fornecedor, é um dos fatores que deverá fazer o modelo SaaS decolar. Há a crença entre muitos usuários de que seria possível um maior controle do relacionamento com os fornecedores, se simplesmente pagassem uma taxa mensal pelo uso do serviço, o qual poderia ser trocado por outro caso não fosse satisfatório. Isso é, no entanto, apenas uma hipótese, mas sem dúvida representa o sonho de muitos CIOs. Sem SOA, essa facilidade de integração não seria possível, uma vez que essa arquitetura permite criar camadas de aplicações na rede corporativa, facilitando a substituição do software.
Pode-se dizer que o conceito de SaaS está maduro para aplicações básicas, padronizadas, que podem ser compartilhadas por várias empresas e não exigem customização, como por exemplo, nas áreas de recursos humanos, CRM, contabilidade e de colaboração. Nesses casos, o SaaS traz vantagens porque oferece custo menor e maior facilidade na instalação e manutenção.
O primeiro passo para implantação do SaaS na sua empresa, é a realização de um completo e preciso diagnóstico das suas reais necessidades, obtendo assim uma prescrição correta de sua aplicação, sempre com foco na melhoria dos processos de TI, integrados a todas as demais áreas, com redução de custos e aumento da eficiência.
*Marcelo Schiavo, é executivo de negócios da Agtech, formado em marketing, especialista em gestão empresarial pela Unicamp e tem 15 anos de experiência em TI.