Com mais de 5 mil participantes, a Dassault Systèmes encerrou nesta quarta-feira, 8, a 19ª edição da conferência Solidworks World 2017, dedicada à comunidade de engenharia e design 3D, no Los Angeles Convention Center, EUA, onde apresentou sua estratégia batizada de "New, Next e Never Before", mostrando seu direcionamento no desenvolvimento de novas tecnologias envolvendo nuvem, realidade virtual e aumentada, IoT, impressão 3D e uma serie de aperfeiçoamentos que envolvem design e projetos 3D integrados.
Segundo Gian Paolo Bassi, CEO de Solidworks da Dassault Systèmes, a inovação, colaboração e design estão impulsionado o desenvolvimento de produtos e estratégias para a evolução da Internet das Coisas, manufatura aditiva, e outras abordagens que facilitam a criação da smart manufacturing ou indústria 4.0.
Explicou que a empresa com essa nova visão, prevista para acontecer em 2020, deverá estar totalmente digitalizada, incluindo design, projeto e manufatura de toda a cadeia de fornecedores e compradores, para que se tenha uma visão de loop que traga o feed back completo de todo o processo. "Teria que funcionar como se fosse o Internet Banking no sistema financeiro", exemplifica.
A empresa também está de olho no setor de Internet das Coisas, pois seus softwares permitem projetar circuitos e dispositivos eletromecânicos na mesma plataforma. Também está estabelecendo parcerias com empresas com expertise no setor, como com a Citrix, para garantir segurança e resiliência das aplicações.
Integração e produtividade
A Solidworks está investindo em aumentar a produtividade dos profissionais, com o lançamento do Solidworks CAM, solução totalmente integrada com o 3D CAD, para ajudar a reduzir custos, aumentar a produtividade e acelerar o tempo de lançamento no mercado, ao mesmo tempo ajudar seus fornecedores a automatizar a ferramentaria e inspeção dos produtos.
Com a otimização do software, o profissional de design ao mesmo tempo em que projeta uma peça, pode verificar como ela ficará em 3D e simular seu funcionamento usando realidade virtual e aumentada, e até mesmo construir o modelo numa impressora 3 D. Dessa forma ele transforma o design numa experiência, otimizando o trabalho e manufatura, com ganho de rapidez, eficiência a produtividade.
Resultados financeiros
Mesmo com contexto econômico mundial, a empresa obteve crescimento de 25% em receitas em 2016. Com receitas totais de pouco mais de US$ 3 bilhões, ela se impôs o desafio de dobrar de tamanho em 5 anos, tendo em vista que tem uma a receita recorrente relevante crescente de licenças de software, que em 2016 foi 71%.
A América Latina está contribuindo expressivamente para esse objetivo, pois segundo Mario Belesi Junior, responsável pela operação no continente, as vendas cresceram 61% no ano passado, resultado nunca antes registrado na operação da companhia.
Apesar de não revelar valores, ele explica que desse crescimento, 65% são oriundos do Brasil, superando de longe a meta história de 15% dos últimos 4 anos. Para 2017, sua meta é crescer 20%, "o que significa dobrar a operação em 2 anos".
Entre os fatores que contribuíram para esse desempenho está a expansão e credenciamento de novos distribuidores na região (2 no Brasil, um na Colômbia e outro no Chile), e um agressivo programa de treinamento e certificação onde foram investidos cerca de R$ 20 milhões.
Explica ainda que esse crescimento não foi motivado pelo fechamento de um grande negócio, mas sim pela mudança no comportamento das empresas na aquisição de software. "Uma empresa geralmente comprava 10 a 15 licenças, agora um número maior delas passou a adquirir 2 ou 3 licenças cada, pois existem novas opções de aquisição", enfatiza Belesi.
Além das licenças tradicionais, que continuam existindo, o cliente pode agora comprar na nuvem no modelo de assinatura, até pelo mínimo de dois meses, abrindo uma grande oportunidade para o mercado de startups e profissionais liberais, que antes não tinham essas opções.
Outra estratégia de crescimento da empresa é de aquisições de empresas de softwares e soluções complementares. Em 2016 ela incorporou a alemã CST – Computer Simulation Technology AG, focada em tecnologia de simulações eletromagnéticas e eletrônicas, por cerca de 220 milhões de euros; e a francesa Ortems, fornecedora estratégico de software on-premise e na nuvem de programação e despacho de produção com capacidade finita.
Laboratório de inovação
A Dassault Systèmes, uma empresa 3DEXPERIENCE anunciou no Solidworks World 2017 que está ampliando seu laboratório de inovação aberta na América do Norte, visando apoiar projetos empreendedores que têm potencial para transformar a sociedade.
O laboratório 3DEXPERIENCE na América do Norte será inaugurado em maio de 2017 na sede dos EUA da Dassault Systèmes, perto de Boston. Os empreendimentos, empreendedores, estudantes, fabricantes e indivíduos ligados à inovação dos departamentos industriais ou dos laboratórios da pesquisa baseados em qualquer lugar em América do Norte poderão apresentar projetos que envolvam smart city, lifescience, lifestyle, Internet das Coisas, Fab Labs ou temas de inovação.
Todo o desenvolvimento será feito na plataforma 3DEXPERIENCE baseada em nuvem, com apoio técnico, mentoring e ecossistema mundial, como parte de programas de um ou dois anos para acelerar o desenvolvimento de seus produtos.
O 3DEXPERIENCE Lab também abrirá um novo espaço de fabricação digital projetado e criado em colaboração com o Centro de Bits e Átomos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Neste laboratório, os inovadores podem usar ferramentas e processos controlados por computador de última geração para criar protótipos de produtos ou refinar suas ideias de produtos.
Este Fab Lab também servirá como um laboratório para futuras interfaces de hardware e software. Ele integrará ferramentas de projeto e fabricação em sistemas de ponta a ponta em tempo real.
*O jornalista viajou a Los Angeles a convite da empresa.
