Aplicativo Qindin parcela compras no cartão de débito

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Levantamento da Serasa Experian mostra que mais de 86 milhões dos brasileiros adultos estão impedidos de obter crédito no mercado, devido ao baixo score ou CPF negativado. Por outro lado, há R$ 350 bilhões disponíveis nos limites dos cartões de crédito e não utilizados por seus titulares, aponta o Banco Central. Foi pensando em ser o elo entre os que precisam de crédito e aqueles que possuem crédito de sobra, que nasceu, em Votorantim, interior de São Paulo, a Qindin.

Criada pelo empreendedor Vinícius Lisboa, a startup desenvolveu um aplicativo que habilita o parcelamento das compras no cartão de débito. O APP também permite que pessoas comuns se tornem investidores usando apenas um cartão de crédito, sem a necessidade de entender a tecnologia e a complexa linguagem do mercado financeiro. "O que nós fazemos é conectar esses dois perfis de clientes [os que precisam de crédito e aqueles que têm crédito disponível] por meio da nossa ferramenta", explica.

Com o aplicativo, o consumidor pode parcelar compras com taxas de juros acessíveis, mesmo possuindo baixo score ou negativação em birôs tradicionais – instituições que registram pagamentos de contas e servem como grandes bancos de dados.

Conforme Vinícius Lisboa, graças ao modelo próprio de análise de crédito e classificação de score da Qindin, por meio de metodologia inovadora e diferente das demais ferramentas disponíveis no mercado, é possível habilitar o parcelamento nos cartões de débito para aqueles que hoje têm seus pedidos de cartão de crédito negados por bancos e outras instituições financeiras.

Mas qual é a contrapartida para quem for oferecer o crédito? Poder investir sem a necessidade de desembolsar dinheiro, obter ganhos acima do mercado, gerar milhas aéreas de graça e ter a garantia contratual de rendimentos mensais, além da devolução do valor investido. "A Qindin é quem paga a conta, caso haja inadimplência", garante o fundador da startup.

Crédtio

Conseguir o crédito é bem simples. O interessado baixa, de graça, o aplicativo no celular, que está disponível na Google Play, e realiza o cadastro apenas uma vez. Depois de enviar os documentos solicitados, recebe a resposta em até sete dias. "Temos o nosso próprio método de análise de crédito, feito especialmente para pessoas com baixo score de crédito e negativadas", ressalta o diretor de tecnologia, Alyson Rosa.

Com o cartão de débito devidamente habilitado para parcelamento, o cliente pode utilizá-lo da maneira que quiser. "Para nós, não importa se o cliente vai reformar a casa, comprar um smartphone ou pagar alguma conta em atraso", acrescenta o PhD e diretor de dados da startup, Adriano Pila. "O cliente é dono do crédito para usá-lo como bem entender, sem questionamentos, e nós estamos aqui para ajudá-lo com isso e muito mais."

Formas de pagamento

O crédito disponibilizado pela Qindin pode ser parcelado entre três e 12 vezes. O valor é cobrado via boleto bancário. O cliente também pode escolher as opções de datas de vencimento. As taxas de juros são personalizadas, conforme o perfil de cada consumidor e há desconto para antecipação de parcelas.

Atraso

O aplicativo Qindin também inova com relação ao pagamento em atraso. Ao contrário de bancos e financeiras, a taxa de inadimplência não reflete nos juros cobrados do consumidor. A startup também não cobra juros e multas por atraso. "Nós sabemos que imprevistos acontecem, estamos aqui para ajudar e não atrapalhar ainda mais a vida do cliente", ressalta Lisboa.

Saúde da mãe

Foi um problema de saúde na família que fez Vinícius Lisboa idealizar a Qindin. Acometida, pela segunda vez, por um câncer de mama, a mãe do empreendedor não era aprovada para ter crédito, por causa do baixo score, mas precisava do cartão para pagar exames e consultas. Assim, foi necessário recorrer a parentes e amigos, unindo os limites dos cartões de crédito de todos, para que a senhora pudesse custear o tratamento adequado. "Então, percebi que havia uma grande oportunidade de mercado não apenas para pessoas que precisavam de crédito para cuidar da própria saúde, mas para diversos fins", conta o CEO da Qindin.

Fundadores

Aos 30 anos, Vinícius Lisboa tem experiência com startups – já fundou três. Foi o responsável por desenvolver e gerenciar programas de ideação, pré-aceleração e aceleração, todos voltados ao empreendedorismo inovador, de pequenas e médias empresas, no Parque Tecnológico de Sorocaba. Atendeu mais de 800 startups em 2020 e é mentor convidado pelo Sebrae, Fiesp, Ciesp, LinkedIn, 100 Open Startups e Federação Paulista de Futebol.

A Qindin conta ainda com a experiência de Adriano Pila, 47, diretor de dados, mestre e doutor em ciência da computação e matemática computacional pela USP, responsável pela implantação do 1º FabLab no interior do Brasil; bem como do diretor de tecnologia, Alyson Rosa, 26, formado em ciência da computação pela UFSCar e que trabalhou como desenvolvedor em outras duas startups.

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