Pesquisa divulgada pelo Gartner mostra que as vendas mundiais de telefones móveis superaram 990,8 milhões de unidades em 2006. O resultado é 21,3% superior ao obtido no ano anterior, quando as vendas alcançaram 816,6 milhões de unidades. Apesar disso, os fabricantes que figuram fora do ranking dos seis maiores continuam a perder espaço no mercado. Essas empresas representaram 14% das vendas de celulares no ano passado, índice 5% menor comparado ao registrado em 2005.
No quarto trimestre do ano passado, o crescimento das vendas de telefones móveis foram ligeiramente menores às previsões. As vendas totalizaram 284,2 milhões de unidades, um aumento de 21% na comparação com igual período de 2005. O trimestre foi caracterizado por uma continuação das tendências verificadas no começo do ano em mercados maduros como da Europa e da América do Norte, onde o ritmo de vendas foi mais lento.
As vendas mundiais da Nokia no quarto trimestre, por exemplo, alcançaram 103 milhões de unidades, o que lhe rendeu uma participação de mercado de 36,2%, 1,2 ponto percentual a mais que o obtido pela companhia no mesmo período de 2005. Em 2006, Nokia vendeu perto de 345 milhões de telefones móveis e conseguiu uma participação de mercado de 34,8%, um aumento de 2,3% sobre 2005.
?Apesar de atrair críticas devido a falta de produtos slim, a Nokia não somente conseguiu manter sua posição de líder como aumentou sua participação de mercado. A conjunção de produtos de baixo custo para mercados emergentes e aparelhos sofisticados para mercados maduros provaram ser a combinação certa para Nokia em 2006,? observa Carolina Milanesi, analista de pesquisa de terminais móveis do Gartner.
A Motorola também ampliou sua participação de mercado no quarto trimestre de 2006, alcançando 21,5% com a venda de apenas 61 milhões de celulares. O ano começou bem para fabricante, que se beneficiou do enorme sucesso mundial do modelo Razr V3, mas, a partir de meados do ano, as vendas passaram a ocorrer num ritmo mais lento. Embora o V3 ainda apresente um bom volume de vendas em mercados emergentes, isso não foi suficiente o bastante para sustentar o crescimento de sua participação de mercado.
Em 2006, as vendas da Motorola alcançaram 209 milhões de unidades, o que lhe garantiu um participação de mercado de 21,1%. Uma série de fatores como a baixa aceitação de produtos como o Krzr K1 e Motofone, além do atraso na entrega de alguns produtos para os distribuidores, contribui para o desempenho aquém das expectativas da companhia.
Embora tradicionalmente o quarto trimestre não seja um período forte para a Samsung, a fabricante conseguiu um vender 32 milhões de celulares e alcançar uma participação de mercado de 11,3%. As vendas totais em 2006 foram ligeiramente maiores que 116 milhões unidades, um aumento de 12% sobre 2005. A família de aparelhos Samsung Ultra foi muito bem-sucedida, e o Gartner avalia que a série Ultra II anunciada no congresso mundial 3GSM vai incrementar ainda mais as vendas da empresa. Para este ano, o instituto de pesquisa espera que os rollouts tecnológicos das operadores, tais como a implantação de HSDPA e WiMax contribuirão para que a Samsung aumente sua participação de mercado.
Já para a Sony Ericsson terminou o ano com um quarto trimestre forte, vendendo 25,7 milhões de telefones móveis, o que lhe garantiu uma participação de mercado de 9%, um aumento de 2,1 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2005. As vendas totais no ano alcançaram 73,6 milhões unidades e a participação de mercado cresceu 1,1 ponto percentual, totalizando 7,4%.
A LG viu a sua distância da Sony Ericsson alargar-se ainda mais no último trimestre. A fabricante vendeu 17,8 milhões de celulares e alcançou uma participação de mercado de 6,3%. Embora o telefone Chocolate tenha vendido relativamente bem, a LG apostou todas suas fichas nesse modelo. Seu preço caiu consideravelmente em muitos mercados, que reduziram ainda mais suas margens, já bastante estreitas. ?A associação da GSM selecionou a LG como o fornecedora para seu ?3G para todos?, iniciativa que pode a empresa a ganhar participação de mercado, mas ainda teremos de ver como irão se comportar suas margens de lucro, diz Carolina, do Gartner.