Agora, Google é acusado de práticas anticompetitivas no mercado móvel

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O Google está sendo acusado novamente de adotar estratégias anticompetitivas, dessa vez no mercado de mobilidade. O FairSearch.org, grupo de lobby internacional formado por 17 empresas de buscas e tecnologia como Microsoft, Oracle, TripAdvisor, Nokia, entre outras, alega que o gigante das buscas adota conduta enganosa para barrar a concorrência de dispositivos móveis através de seu sistema operacional Android.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 9, o grupo disse que entrará com uma queixa junto à Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, por acreditar que o Google utiliza "seu sistema operacional móvel como um 'cavalo de Tróia' para enganar parceiros, monopolizar o mercado de telefonia móvel e controlar os dados de consumo", disse o conselheiro do FairSearch, baseado em Bruxelas, Thomas Vinje. "Estamos pedindo à Comissão que se mova rapidamente e decisivamente para proteger a concorrência e a inovação neste mercado crítico. A omissão só vai impulsionar o Google para repetir seus abusos de dominação no mercado de desktops, enquanto consumidores cada vez adotam uma plataforma móvel dominada pelo sistema operacional Android."

O comunicado cita que o Android é o sistema operacional dominante do mercado de smartphones, equipando 70% dos aparelhos vendidos no fim de 2012, segundo dados da Strategy Analytics. A companhia também domina as buscas em publicidade móvel, com 96% do mercado, de acordo com a eMarketer.

O grupo alega que o Google alcançou essa posição dominante ao fornecer o sistema operacional aos fabricantes de dispositivos "gratuitamente". Na verdade, os fabricantes de celulares que usam o Android e querem incluir os aplicativos "obrigatórios" do Google, como o Google Maps, YouTube ou GooglePlay, são obrigados a pré-carregar um pacote completo de serviços móveis da empresa e dar a seus ícones um posicionamento proeminente na tela do aparelho. "Os consumidores europeus merecem uma investigação rigorosa das práticas do Google, e proteções reais contra futuros abusos ", disse Vinje. "Dado o histórico do Google em ignorar a lei, usuários de internet móvel deveriam estar muito preocupados."

O Google já é alvo de acusações por práticas anticompetitivas fora do mercado móvel. Em 2010, a União Europeia iniciou uma investigação contra a companhia no mercado de buscas na internet. A investigação ainda não chegou a uma conclusão, mas em março, um grupo de 11 empresas de internet enviou uma carta conjunta a Joaquín Almunia, chefe da Comissão Europeia, solicitando que o órgão regulador obrigasse o Google a mudar suas práticas e garanta que concorrentes de menor porte não sejam prejudicados.

Já nos Estados Unidos, a mesma investigação foi encerrada após a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) firmar um memorando de compromissos previamente acordado com a empresa e decidir que não há prejuízo à livre competição na manipulação dos resultados de buscas pelo Google, que conseguiu assim manter o direito de decidir que páginas são apresentadas acima dos outros durante uma consulta.

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