Pequenos empreendedores se preparam para a Páscoa para contornar as dificuldades nas vendas devido à pandemia de coronavírus. O isolamento social causou cancelamentos e o fechamento de pontos de venda, comprometendo as expectativas de quem costuma faturar durante esse período. Porém, confeiteiros encontraram no WhatsApp, no Instagram e no Facebook uma alternativa para receber encomendas e se comunicar com seus clientes.
A confeiteira Luciana Trafani trabalha integrando as três redes, WhatsApp, Instagram e Facebook. O negócio de Luciana, a @luckcupcake, funciona online desde 2010. "Eu atinjo muito mais clientes pelas redes. No WhatsApp, recebo contatos todos os dias, geralmente vindos do Facebook e do Instagram. Também dou aulas online, o que me ajuda a atrair clientes", comenta Luciana.
Ela segmenta sua atuação nas redes para atingir públicos diferentes. "No Facebook, os contatos são de pessoas já próximas a mim. No Instagram, minha atuação é mais profissional, voltada ao desenvolvimento do meu negócio. Uso a versão Business do WhatsApp e todos os contatos terminam lá. Uso a função catálogo para gerar identificação dos clientes com os meus produtos, o perfil para mostrar meu modo de trabalho e as etiquetas para organizar meus pedidos", explica.
Mesmo baseando sua atuação nas redes, a pandemia trouxe consequências para a confeiteira, que teve todos os pedidos para festas no mês de abril cancelados. Porém, esse modo de trabalho permitiu que Luciana inovasse e aumentasse o faturamento, mesmo durante a crise. "100% do meu faturamento vem das redes sociais e, devido aos cancelamentos, criei alternativas para meus clientes com pequenos kits para Páscoa e festas familiares, que entrego a domicílio. Com o lançamento do Kit Páscoa, recebo de 5 a 10 contatos todos os dias pelo WhatsApp e dezenas de comentários nos perfis da confeitaria", conta Luciana.
A também confeiteira Valéria Oliver já usava as redes para promover seus negócios. Com a pandemia, o negócio passou a funcionar 100% online. "Já não é de agora que usamos o WhatsApp, mas com a loja fechada, a ferramenta virou nosso único canal de comunicação e propaganda com os clientes, sobretudo para a Páscoa. Estávamos começando nossa campanha de ovos quando tivemos que fechar", relata Valéria.
O período desafiador e o isolamento exigiram mudanças na abordagem adotada nas redes para continuar crescendo mesmo durante a crise. "Mudei minha estratégia nas redes sociais e me dediquei a falar sobre o momento atual, sobre receitas para fazer em casa. Recentemente, também disponibilizei o cardápio nos stories e no feed do Instagram", conta.
O Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo, SEBRAE-SP, Tirso Meirelles reforça a importância de utilizar a tecnologia a favor dos pequenos negócios neste momento. "Todas as possibilidades de relacionamento, de oferta e de comercialização devem ser analisadas. No Sebrae-SP, estamos fazendo transmissões ao vivo diárias pelo Facebook, levando orientação e capacitação aos empreendedores. Essas práticas representam novas maneiras de se trabalhar e com certeza terão continuidade após a crise. Porque o mundo não será como antes e as práticas que se mostraram eficientes tendem a permanecer".