O valor social da conectividade não se mensura!

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Nós discutimos, com certa frequência, a chegada de tendências transformadoras no âmbito da conectividade e seus braços tecnológicos. De maneira correta, claro, é sempre necessário trabalharmos por um cenário público orientado à inovação, em prol de soluções cada vez mais centradas na qualidade e na entrega de experiências que agreguem valor aos usuários. Porém, tão importante quanto a adoção deste olhar prioritário para a utilização de ferramentas de última geração, é o movimento de atribuirmos à conectividade um poder social sem precedentes, com todas as nuances e condições que acompanham o ato.

Mesmo assim – como o próprio título do artigo sugere, entendo ser impossível mensurar o valor social da conectividade, de modo a colocá-lo  no papel. Este é, portanto, um exercício contínuo e sem previsão para terminar. Toda e qualquer iniciativa que vise contribuir para a acessibilidade e a boa qualidade de serviços de internet deve, de forma categórica, compartilhar um objetivo em comum: transformar a vida das pessoas. O caminho não é fácil, requer medidas estratégicas e investimentos abrangentes, mas um bom ponto de partida é contextualizarmos, na prática, como o tema tem apelo à sociedade brasileira e ao cidadão comum.

Serviços essenciais na vanguarda da conectividade

De 2015 para 2023, as residências com acesso à internet no Brasil foram de 51% para 84%, de acordo com o estudo TIC Domicílios 2023. O salto é simbólico, pois ilustra um fenômeno avassalador sobre o modo como conduzimos nosso cotidiano, cada vez mais inserido em uma dinâmica digital possibilitada por dispositivos e serviços de internet. Seja para marcar exames, pedir comida ou realizar eventos por plataformas virtuais, não há como negar que estamos testemunhando uma verdadeira revolução de hábitos triviais em nossas vidas.

Neste sentido, estendendo a análise para a esfera pública, e puxando, naturalmente, a conectividade para um outro espectro do debate, sob  a perspectiva de autoridades responsáveis por desenvolver projetos voltados ao tópico, o valor por trás do acesso à conexão de internet ganha tons de imediatismo.

Afinal, os desafios são numerosos, e superar uma barreira histórica que ainda dificulta a democratização da conectividade no país, definitivamente, não é uma missão simples. A participação deve ser unificada entre órgãos oficiais, provedores e desenvolvedores.

Seu impacto social é diário, extenso e dialoga com diversos setores

Na saúde, a conectividade pode ser encabeçada por aplicativos inovadores, que buscam simplificar e otimizar etapas de comunicação. Reduzindo a burocracia e concedendo autonomia ao cidadão, o suporte de redes estáveis serve de base para que esse processo seja bem-sucedido e expandido a nível nacional, indo além de grandes metrópoles e avançando para regiões remotas. Para a educação, as vantagens são igualmente significativas, evidenciadas por melhorias pedagógicas, um novo patamar de acesso e velocidade na troca e no aprendizado, e principalmente, a oportunidade para que escolas cheguem a jovens deslocados dos centros urbanos

Educação e saúde são dois segmentos que demonstram, com fidelidade, a função cívica e social da conectividade na área pública. Em uma rápida reflexão, pergunto: é possível (ou, até mesmo, justo) reduzirmos a conectividade a um fator secundário, visto que sua influência pode determinar a efetividade de setores tão fundamentais? Para cada cidadão afetado pela qualidade e a eficiência de uma rede de internet, o investimento estará devidamente justificado. Esse é um princípio que devemos ter em mente quando analisamos e projetamos o assunto.

Por fim, outras centenas de exemplos poderiam funcionar como parâmetro para designarmos à conectividade tamanha importância atualmente.

Sem dúvidas, aqui, o propósito não é credenciar à internet um protagonismo inquebrável para a condução de serviços públicos melhores, mas de compreender, com os dois pés na realidade, que seu auxílio deixou de ser algo postergável para se confirmar como um objeto de enorme apelo social.

José Antônio, Diretor Comercial de Governo na Fibrion.

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