A Microsoft está oferecendo US$ 1 bilhão para comprar os ativos digitais da joint venture de livros digitais e de ensino superior que mantém com a Barnes & Noble, a Nook Media. Conforme os termos da oferta, a fabricante de software resgataria parcelas da Nook Media, incluindo a divisão de livros de faculdades, deixando-a apenas com a operação digital (e-books, e-readers e tablets). As informações foram obtidas de documentos internos aos quais o blog de tecnologia TechCrunch teve acesso.
Os documentos revelam ainda que a Nook Media pretende descontinuar seu negócio baseado no sistema operacional Android, do Google, até o fim de seu ano fiscal de 2014 e tentar uma transição para um modelo no qual seu conteúdo seja distribuído através de aplicativos de dispositivos de parceiros. Contudo, não se sabe se os dispositivos seriam da Microsoft, com o Windows 8, tablets feitos por outros fabricantes ou ambos. Tablets de terceiros devem ser introduzidos em 2014, segundo as informações.
O blog destaca que, até o momento, 10 milhões de dispositivos Nook foram vendidos, incluindo tablets e e-readers, e a Microsoft tem visto interesse limitado nos dispositivos com Windows 8. Atualmente, o aplicativo Nook está disponível em todas as plataformas dominantes do mercado (Android, iOS, da Apple, e Windows).
A Nook Media ganhou força fora do varejo em outubro passado após um aporte de US$ 300 milhões da Microsoft em troca de 16,8% de participação na companhia. A parceria visava obter conteúdo da Barnes & Noble nos tablets com a plataforma Windows 8, recém-lançada na época.
O declínio da Nook Media levou a Barnes & Noble oferecer a recompra de todas operação de varejo da companhia. O TechCrunch estima que o valor da joint venture chega a US$ 1,8 bilhão e que sua receita total no ano fiscal de 2012, que terminou em 30 de abril, foi de US$ 1,215 bilhão, com prejuízo de US$ 262 milhões na margem medida pelo Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). A expectativa é que a empresa obtenha receita de US$ 1,091 bilhão no próximo ano fiscal, com perdas de US$ 360 milhões.
Ao entrar em contato com a Microsoft e a Barnes & Noble, o TechCrunch não obteve declarações sobre o assunto.