Em breve a baixa autonomia das baterias e seu prejuízo ao meio ambiente deixarão de ser obstáculos para a escalabilidade da Internet das Coisas. A Indicator Capital, gestora do maior fundo especializado em IoT da América Latina, membro do sistema B e que tem a preocupação ambiental no centro de sua tese, acaba de anunciar o 7º aporte realizado por meio do Fundo Indicator 2 IoT.
O investimento de US$ 3 milhões é na IBBX, startup brasileira que desenvolveu uma tecnologia disruptiva, capaz de literalmente capturar a 'energia perdida no ar' no formato de sinais eletromagnéticos de baixa frequência. Dessa forma, é possível conectar, utilizar e esquecer um sensor conectado, conceito inovador chamado de Plug, Play and Forget.
O Energy Harvesting, como é denominada a tecnologia de captura de energia desperdiçada no ambiente, permite a transmissão da energia e dos dados em alta velocidade a longa distância, o que torna a solução ainda mais revolucionária. Essa tecnologia é diferente do wireless power transmission (WPT) comumente utilizada em dispositivos smartphones. Para efeito comparativo, as soluções de comunicação wireless existentes utilizam tecnologias como Wi-Fi e Bluetooth, que possuem a limitação da distância – o Wi-Fi não ultrapassa 30 metros e o Bluetooth, em torno de 10 metros. Em contrapartida, a solução da IBBX chamada de Aurea tem alcance de 1.000 metros.
Com o seu protocolo proprietário de comunicação, a IBBX consegue trafegar os dados a longas distâncias por meio de ondas eletromagnéticas de baixa frequência, ideal para ambientes industriais, caracterizados por alta interferência eletromagnética, áreas extensas e baixa conectividade. Quanto à energia, a tecnologia da IBBX transpõe barreiras maiores, já que as opções disponíveis hoje são pilhas e baterias, que necessitam ser trocadas periodicamente.
Segundo Luís Fernando Destro, cofundador e CEO da IBBX, a startup detectou a necessidade de soluções sem fio, considerando a inviabilidade de custo e logística para cabear dezenas, às vezes centenas, de sensores no pátio das fábricas. "Algumas soluções do mercado usam sensores portáteis que dependem de serem levados manualmente por técnicos, ativo por ativo, tornando a leitura mais cara, não escalável e esporádica. Nossos sensores são fixados nos ativos industriais, coletam os dados e os enviam por ondas de rádio aos gateways, os quais transmitem os dados para a nuvem da IBBX pela internet. E tudo isso sem fios ou substituição de baterias, pois capturam a energia das ondas eletromagnéticas espontaneamente geradas no ambiente industrial", explica Destro.
A IBBX é estratégica para o ecossistema de IoT da Indicator e o investimento se insere nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU 7, por garantir o acesso a fontes de energia viáveis, sustentáveis e modernas, e 9, pela construção de infraestruturas resilientes, promovendo a industrialização inclusiva e sustentável, e o fomento à inovação.
"Acordamos todos os dias para impulsionar os heróis brasileiros em deep-tech e a IBBX é um exemplo perfeito do que buscamos. De Capivari (SP), criaram uma tecnologia absolutamente revolucionária capaz de permear todas as aplicações que ainda dependem de uma bateria para operar ou onde um fio de energia não consegue chegar. A IBBX já cresce a múltiplos vertiginosos e, com o nosso aporte e experiência, resolverão uma das maiores dores da humanidade que é o desperdício de baterias no meio ambiente. Seremos protagonistas da tecnologia nacional impactando internacionalmente, o grande objetivo do Plano Nacional de IoT e do mandato do fundo Indicator 2 IoT originado pelo BNDES e Qualcomm Ventures" afirma Derek Bittar, cofundador da gestora de venture capital.
A tecnologia da IBBX começa atualmente transformando a indústria 4.0, mas tem aplicação para todos os segmentos, seja na agricultura, na saúde, nas cidades e em todos os lares.