A Traffic, grupo de mídia e de marketing esportivo, criou desde agosto do ano passado uma subsidiária dedicada ao mercado de conteúdo móvel, a M-Traffic, fruto da aquisição da neozelandesa EI Mobile. A mudança de controle acionário trouxe consigo grandes projetos para a companhia, cujo faturamento este ano deve alcançar R$ 10 milhões, o que representa mais que o triplo registrado em 2010, quando a receita foi de aproximadamente R$ 3 milhões. Desse total, 80% provêm de mobilidade. O restante, de projetos ligados à web tradicional. "Temos uma atuação digital 360 graus. Oferecemos soluções envolvendo SMS, aplicativos móveis, sites móveis, marketing móvel, mas também gestão de marcas em redes sociais e na web", explica o CEO da M-Traffic, Fábio Cardoso. A maioria dos projetos da companhia está relacionada a futebol, assunto que responde por 60% do faturamento.
Este ano, a M-Traffic foi responsável pela gestão de conteúdo digital da Copa América, torneio cuja organização e venda de direito de imagens estiveram a cargo de sua controladora. A empresa criou em parceria com a América Móvil um serviço de assinatura de conteúdo sobre a Copa América via SMS, com alerta de gols, quiz e bolão, que foi disponibilizado simultaneamente em operadoras do grupo em 15 países da América Latina. "Até onde eu sei foi a primeira vez que um serviço desse tipo foi lançado em tantos países ao mesmo tempo", comenta Cardoso. Um aplicativo móvel sobre a Copa América foi distribuído gratuitamente para iPhone e Android, registrando mais de 300 mil downloads, e uma revista sobre o torneio foi desenvolvida para iPad. Além disso, para cerca de 80 países em que os direitos de imagem do evento não foram vendidos, disponibilizou-se um aplicativo pago de TV móvel com transmissão ao vivo dos jogos, novamente para iPhone e Android. O desenvolvimento de aplicativos é todo feito internamente, por equipe própria da M-Traffic.
Boa parte do crescimento da receita da empresa este ano se deve ao projeto da Copa América, reconhece o executivo. Porém, a companhia firmou contratos importantes com clubes da série A do Brasileirão para administrar parte de seu marketing digital. Flamengo, Fluminense e Atlético Mineiro são os primeiros parceiros. A M-Traffic analisa a oferta digital dos clubes e propõe reformulações ou ações complementares. O modelo de negócios nesse caso é a divisão de receita publicitária ou de vendas de conteúdo digital com os times. No Fluminense, uma ação inovadora em parceria com a ZTE consistiu na criação de um canal de comunicação via SMS entre os torcedores e o técnico Abel Braga, que recebeu um smartphone especial onde lê os recados enviados. Mais de 2 mil mensagens foram remetidas nos primeiros cinco dias, ao custo de R$ 0,31 mais impostos. A M-Traffic costuma usar como parceiros a Spring Wireless, na integração de SMS, e a PMóvil, na área de downloads.
Nem tudo é futebol na M-Traffic. A empresa possui alguns clientes corporativos, como a imobiliária Coelho da Fonseca, para quem desenvolveu um aplicativo para iPhone com realidade aumentada, um serviço de SMS para consulta de imóveis e um app para uso interno com a finalidade de controle de placas de imóveis.
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