Os clientes da operadora de moedas virtuais Bitfinex, de Hong Kong, uma das quatro maiores corretoras de câmbio de bitcoin do mundo, que teve cerca de 120 mil moedas bitcoin roubadas por hackers na semana passada, avaliadas em cerca de US$ 72 milhões, vão perder 36% do valor disponível na conta. No sábado, a corretora anunciou que as perdas serão "generalizadas", ou seja, o prejuízo será compartilhado entre todos os clientes, mesmo por aqueles que não tiveram nenhum bitcoin roubado.
A Bitfinex já havia ressaltado que quaisquer acordos pendentes com os clientes afetados seriam feitos com base no preço antes do roubo. Logo depois da divulgação do hacking o valor da moeda digital despencou cerca de 20%, para US$ 480 o bitcoin, que vinha sendo negociado a US$ 650 na semana anterior ao ataque.
Os clientes irão receber "tokens" digitais para registrarem suas perdas, que um dia poderão ser resgatadas ou trocadas por ações da iFinex, empresa que opera a Bitfinex. Ainda não está claro qual é a natureza da brecha de segurança em seus sistemas que levou ao roubo de bitcoins ou quem foi o responsável pelo ataque.
Atualmente, a Bitfinex responde por 50% do volume de câmbio bitcoin-dólar. O hacking interrompe uma sequência de alta da moeda neste ano. Em janeiro, por exemplo, o bitcoin foi negociado a mais de US$ 200 — valor menos de um terço dos US$ 740 de elevação em junho.
Em comunicado, a Bitfinex diz que "tem trabalhado incansavelmente para tornar a plataforma online segura e controlada novamente". "Nós finalizamos a contabilização dos prejuízos sofridos e atualmente estamos desenvolvendo o plano estratégico para compensação dos clientes. Temos a intenção voltar a ficar online dentro de 24 horas a 48 horas, com a funcionalidade da plataforma limitada. Anúncios adicionais serão feitos à medida que progressivamente a plataforma permitir e retomar às operações completas. Entendemos que nossos clientes e o público querem este reestabelecimento rapidamente, mas isso precisa ser feito de uma maneira que todos os ativos estejam seguros e imunes a vulnerabilidades", diz um dos trechos da nota.