A instabilidade das redes celulares brasileiras é um dos principais desafios para o desenvolvimento do mercado de aplicações de comunicação entre máquinas (M2M). Essa foi uma das críticas levantadas durante o debate de painel sobre esse segmento no 2o Forum Mobile Plus, evento realizado esta semana em São Paulo pelas revistas TELETIME e TI INSIDE. "Antigamente tínhamos problemas de cobertura. Hoje, o problema é de instabilidade. As redes não estão mais tão estáveis", disse o presidente da Veotex, Claudio Gáspari. O diretor técnico da Oberthur, Alex Zério, concordou, lembrando que os clientes de aplicações M2M geralmente exigem uma disponibilidade muito maior que aquela para serviços voltados ao usuário final. O executivo lembrou que na Europa já há casos como o da operadora Telenor que separou parte de sua banda especificamente para o atendimento de aplicações M2M.
Outro problema levantado é o preço do tráfego de dados cobrado pelas operadoras, que hoje gira em torno de R$ 10 por Mb. "Esse preço é alto. Já foi mais barato no começo do GSM no Brasil", lembrou Ricardo Imperatriz, diretor geral da Golsat.
Mercado
Apesar dos problemas, o mercado M2M vem crescendo a passos largos no Brasil e no mundo. A previsão é de que em 2010 serão vendidos 140 milhões de simcards voltados para M2M no mundo, disse Zério. Na área de módulos M2M, a quantidade de unidades vendidas nas Américas deve aumentar de 9,44 milhões em 2008 para 29,79 milhões em 2013, segundo o vice-presidente de vendas da Telit para América Latina, Marcos Kinzkowski.
Na área de monitoramento de vídeo, o espaço para crescimento é grande no País. Segundo Gáspari, da Veotex, há hoje 450 mil imóveis monitorados no Brasil, com cerca de 1 milhão de câmeras instaladas. "Acredito que 90% do mercado potencial para esse serviço ainda está inexplorado no Brasil", afirmou.
- Serviços móveis