O desafio da robotização nos processos fiscais

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Assim como todos as áreas organizacionais, o ambiente tributário não passou incólume aos desafios impostos pelo avanço das tecnologias. De um lado, empresas querem aumentar eficiência e reduzir custos; de outro, o fisco está cada vez mais digitalizado e atento às novas ferramentas.

A opção pela automação de processos por meio de Bots e outras ferramentas,  prometem agilizar e padronizar resultados, segundo Alfredo Araújo, CEO da DA360 e diretor da Dwdit, para os quais os projetos de RPA na área Fiscal  são uma resposta as necessidade das organizações para funcionarem com base em processos, que, com o tempo, se tornaram cada vez extensos e complexos,  dando espaço para tecnologias capazes de abreviar o esforço envolvido, que  é exatamente o foco do  trabalho nesta área.

"Fato é que as interfaces entre o Fisco e as empresas, também já sofrem os impactos da automação. Muitas das informações declaradas são cruzadas pelos sistemas, pois o governo está acompanhando essas transformações", disse Araújo, que fez uma palestra sobre o tema na 2ª edição do RPA – Robotic Summit, realizado nesta segunda-feira,7, em São Pulo.

O executivo também reforça que a questão da automação também se volta para as empresas que estão desenvolvendo essas tecnologias. A complexidade do sistema tributário brasileiro é um desafio. "De um lado, o desafio é apoiar as empresas nesse ambiente complexo e em constante mutação, especialmente pela questão de competências normativas distribuídas. Hoje isso acontece em tempo real, sob a vigilância desses órgãos. Nossa função é transformar tudo isso em informação estruturada, de forma a apoiar nossos clientes em atualizações dos seus sistemas. Afinal, eles devem sempre operar em conformidade e minimizando riscos. Cada vez mais deixamos de ter interfaces humanas e os sistemas conversam entre si, como já acontece, parcialmente, em alguns processos", explicou.

Segundo Araújo, para a implementação das tecnologias de automação, a melhor maneira de se conduzir é ter um trabalho inicial de diagnóstico dos processos, avaliando em que pontos há oportunidades de automação e com qual tecnologia. Depois sendo implementado em ondas, onde se automatiza a área de dados; na segunda camada, os processos; na terceira, relatórios; e, ao final, análises.

"Seja por questões de orçamento, por concorrência com outros projetos internos ou por incompatibilidade de cenários de atuação, além da área de TI, temos que pensar na área financeira.  As companhias têm como objetivo gerar o melhor retorno, para os processos e para o compliance. Então, sempre temos que pensar em como melhorar e reduzir o risco da exposição e, da mesma forma, aumentar a eficiência gerando bons resultados. O time de finanças está diretamente relacionado nesse controle e fazemos um trabalho conjunto, para determinar quais são os principais projetos e processos que serão implementados.

Como disse o especialista a robotização dos processos fiscais, tem como um dos principais insumos, exatamente a disponibilidade financeira da empresa para honrar aquela obrigação que não está sendo satisfeita.

O Fisco pode se fazer presente de diversas formas, estabelecendo obrigações acessórias em que se terceiriza as rotinas de verificação do contribuinte, por exemplo.

Entretanto ele afirma que a grande revolução não vai ser uma mudança na tributação. "Isso ocorrerá quando a Receita Federal se robotizar na verificação da consistência e da harmonia das informações inseridas. Então, há um mundo enorme à frente de desafios para o fisco e para os agentes econômicos nessa área de automação", disse.

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