Setor de telecom perdeu 2,89 milhões de metros de cabos com roubos ou furtados no primeiro semestre

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Durante o primeiro semestre de 2023, foram roubados e furtados 2,89 milhões de metros de cabos de telecomunicações em todo o Brasil, segundo dados reunidos pela Conexis Brasil Digital, entidade que representa as maiores operadoras de telecomunicações do país.

O volume de cabos roubados e furtados no primeiro semestre deste ano aumentou 21,4% em relação ao segundo semestre de 2022, quando foram roubados 2,38 milhões de metros, e 23,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando o volume chegou a 2,34 milhões de metros.

O furto, roubo, o vandalismo e, também, a receptação de cabos e equipamentos causam prejuízo direto para milhões de consumidores, que ficam sem acesso a serviços importantes para o dia a dia, e para as empresas, que precisam repor esses equipamentos. As ações criminosas comprometem ainda os serviços de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas.

Estados mais afetados

São Paulo foi o estado que mais sofreu com essas ações criminosas. Durante o primeiro semestre deste ano foram furtados ou roubados 664.082 metros. O volume aumentou 21,9% em relação ao segundo semestre de 2022 e 35,3% na comparação com ao primeiro semestre de 2022.

O segundo estado mais afetado foi o Paraná, com 591.054 metros de cabos furtados ou roubados, alta de 13% na comparação com o segundo semestre de 2022 e de 21,2% na comparação com o primeiro semestre do mesmo ano. O estado da Bahia, terceiro estado mais afetado por essas ações criminosas, teve 296.130 metros de cabos roubados, alta de 188,5% em relação ao primeiro semestre de 2022 e de 117,7% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.

Minas Gerais, com 262.332 metros de cabos roubados, foi o quarto estado mais afetado. O número representa queda de 15,1% na comparação com o segundo semestre e 17,3% na comparação com o primeiro semestre de 2022. O Rio Grande do Sul completa a lista dos cinco mais afetados, com 229.537 metros de cabos de telecom roubados. Um aumento de 52,7% relação ao segundo semestre do ano passado e de 47,3% em relação ao primeiro semestre.

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Rio de Janeiro

Desde 2021, o setor intensificou o diálogo com autoridades federais, estaduais e municipais, com destaque para o Rio de Janeiro, para a promoção de ações de combate ao furto, roubo e vandalismo de cabos e equipamentos.

As ações tiveram resultados e o estado segue registrando redução no volume de cabos roubados e furtados. No primeiro semestre de 2023 foram 71.484 metros de cabos roubados, uma queda de 55,8% em relação ao primeiro semestre de 2022, quando foram 161.751 metros roubados ou furtados, e de 39,8% na comparação com o segundo semestre de 2022 (118.726 metros).

O estado, no entanto, enfrenta uma situação ainda muito delicada que é o bloqueio de acesso das equipes das prestadoras para a manutenção de seus equipamentos, usados para a prestação do serviço.

As operadoras ficam sem acesso aos equipamentos e impedidas de dar a manutenção necessária à prestação do serviço, assim como para a eventual substituição dos itens roubados. Já os consumidores ficam reféns, privados dos serviços ou obrigados a contratá-los de empresas ilegais, controladas pelo crime organizado, sem quaisquer direitos, garantias e sujeitos a preços abusivos.

Combate

O setor de telecomunicações tem defendido uma ação coordenada de segurança pública envolvendo o Judiciário, o Legislativo e o Executivo, tanto o federal quanto os estaduais e municipais, e a aprovação de projetos de lei que aumentem as penas desses crimes e ajudem a combater essas ações criminosas.

"O setor vem defendendo a implementação de políticas públicas de combate aos furtos, roubos e receptação de cabos e equipamentos. Um ponto considerado essencial pelo setor é a aprovação do PL 5846/16 e do PL 4997/2019, que tipificam e aumentam a punição para esses crimes que tanto prejudicam o cidadão", completou Daniela Martins. Ainda segundo ela, o setor pede ainda o avanço de projetos de lei e ações dos governos que tratem com mais dureza, não apenas sob a ótica penal, as empresas que fazem a receptação dos materiais subtraídos por meio de ações criminosas.

O setor também defende a punição de empresas que compram equipamentos furtados ou roubados, além da mudança da regra que penaliza as operadoras quando o serviço é interrompido em decorrência do crime.

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