Vaio declara interesse na fusão da unidade de PCs com divisões da Toshiba e Fujitsu

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A Vaio Corp., resultante da venda da divisão de computadores pessoais da Sony para o fundo de private equity Japan Industrial Partners, anunciou nesta quarta-feira, 9, que tem interesse e pode avaliar a fusão com as divisões de PCs da Toshiba e Fujitsu. A declaração foi feita pelo presidente-executivo da Vaio, Yoshimi Ota, em um e-mail ao The Wall Street Journal. "Se for um negócio vantajoso para Vaio, poderemos considerar isso", disse Ota, ressaltanto, porém, que a empresa ainda não recebeu proposta de nenhuma das duas fabricantes.

A aliança entre as empresas para produzir e vender de computadores pessoais é vista por analistas como uma saída para que as fabricantes japonesas enfrentem a retração nas vendas de PCs e se tornem mais competitivas nos mercados globais, nos quais hoje têm uma participação muito modesta.

A divisão de PCs da Toshiba registrou um prejuízo operacional de 42,5 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 346 milhões) em seu segundo semestre fiscal, encerrado em setembro. Atingida por um escândalo de fraudes contábeis, em que funcionários de alto escalão inflaram o lucro da empresa em mais de US$ 1 bilhão, o grupo japonês foi o primeiro a lançar a ideia de consolidar as três marcas de PC japonesas, disse um funcionário da fabricante ao jornal americano.

Embora a fusão das divisões de PCs seja benéfica para a Toshiba e a Fujitsu, já que são áreas problemáticas, não está claro se a nova empresa resultante dessa união terá condições de fazer frente à concorrência global e sobreviver no mercado. Segundo analistas, as três unidades das empresas sofrem da mesma fraqueza: a má distribuição dos produtos em nível mundial. Além disso, elas provavelmente teriam que efetuar cortes de empregos significativos, o que é difícil no Japão, disseram os analistas.

"Toshiba, Fujitsu e Vaio seria uma coalizão fraca, que entraria em colapso em alguns anos", afirma Atsushi Osanai, um ex-funcionário da Sony, que agora ensina na Waseda Business School. "Elas devem olhar para os fabricantes de PCs de Taiwan", recomenda. "Uma aliança entre empresas japonesas e taiwanesas faria sentido, porque as empresas de Taiwan têm uma forte força de vendas global e poderiam se beneficiar de habilidades de desenvolvimento de produtos do Japão", disse Osanai. O executivo cita o caso da NEC, que já foi uma das maiores fabricantes de PC japonesas, que fez o spinoff de sua divisão de PC em 2011 e formou uma joint venture com a Lenovo.

Antes de a Vaio declarar seu interesse em uma fusão, a Fujitsu já havia iniciado conversações com a Toshiba. Em outubro, a Fujitsu já havia dito que planejava a cisão de sua unidade de PC para março do ano que vem, porque estimava que o negócio deveria entrar no vermelho no atual ano fiscal, que termina justamente em março de 2016.

De acordo com a empresa de pesquisas Euromonitor, a participação da Toshiba no mercado mundial de PCs neste ano foi de 4,1%, a Fujitsu, 1,2%, e a Vaio, 1,1%. A operação combinada da três ficaria muito aquém do market share global da Lenovo, que foi de 17,4% neste ano.

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