Os profissionais estão lidando com uma quantidade sem precedentes de mudanças desde a Covid-19 e estão cansados de tantas mudanças. De acordo com o Gartner, os CIOs (Chief Information Officer) devem realizar quatro etapas junto aos seus times para diminuir a fadiga das equipes de TI.
"Atualmente, qualquer colaborador está lidando com a aceleração digital, demissões de pessoal, adaptação a vários modelos de trabalho e muitas outras interrupções, fazendo com que fiquem exaustos", afirma Daniel Sanchez-Reina, Vice-Presidente e Analista do Gartner. "Quando não gerenciado, o cansaço dos colaboradores vai impactar o sucesso das iniciativas tecnológicas."
Enquanto muitas organizações estão elaborando bons planos de gerenciamento de mudanças e implementando alterações na cultura, muitos CIOs não estão conseguindo obter os resultados que desejam. "Isso ocorre porque eles negligenciam um fator crítico: o cansaço da transformação", diz Sanchez-Reina.
A consultoria define a fadiga da mudança como a resposta negativa dos colaboradores a essa situação, o que prejudica os resultados organizacionais. "A fadiga prejudica a performance de várias maneiras, incluindo apatia, exaustão e frustração. Também diminui a capacidade do trabalhador de tomar decisões, resolver problemas complexos e até se comunicar", destaca o analista.
O Gartner aconselha os CIOs a tomarem quatro medidas para reduzir o cansaço da mudança em suas organizações:
1 – Trate a fadiga da mudança como um problema de negócios – A pesquisa do Gartner descobriu que oito entre dez CIOs não abordam a fadiga como um tema regular de suas conversas sobre iniciativas de tecnologia de negócios.
"A maioria dos executivos só trabalha com parceiros de negócios para definir cronogramas de projetos e planos de trabalho, esquecendo de considerar o contexto e o cansaço dos colaboradores", afirma Sanchez-Reina. Para ele, os CIOs devem considerar a fadiga da mudança em suas iniciativas de planejamento, adicionando uma avaliação. Isso deve ser organizado como uma discussão com parceiros de negócios e incluir, no mínimo, o nível de esforço que cada iniciativa requer e o prazo de cada iniciativa.
2 – Distribua a liderança da mudança – Ter um único líder que se concentre em realizar um projeto, produto ou iniciativa no prazo terá pouca visibilidade do custo da fadiga do trabalhador. O Gartner aconselha os CIOs a estabelecer uma liderança distribuída, tendo supervisores e tomadores de decisão táticos dispersos pela organização para promover um contato mais próximo com os colaboradores e ter condições de ajustar os times, mudando de direção, quando o cansaço aumenta. A liderança distribuída também compartilha o fardo da tomada de decisões, outra causa importante de estresse.
3 – Cocriar a execução e envolver as partes Interessadas – As organizações mais bem-sucedidas tomam decisões sobre como executar a mudança com a cooperação dos altos executivos e das camadas organizacionais mais baixas. Eles também envolvem os stakeholders de TI e de negócios na gestão de mudanças.
"Os CIOs devem criar equipes que incluam tanto especialistas técnicos quanto profissionais nas demais funções que a iniciativa abordará", diz Sanchez-Reina. Para o Gartner, a mistura de pessoas, com perspectivas diferentes, contribuirá para a coesão de todos os envolvidos na mudança. "Os CIOs também devem definir orientações sobre como suas equipes devem fazer seu trabalho, garantindo que as equipes multidisciplinares compartilhem a responsabilidade e se concentrem em entregar resultados de negócios, não apenas em concluir um plano de projeto", diz o analista.
4 – Preocupe-se com as emoções da mudança – Uma vez que um impacto emocional positivo ou negativo cria uma memória duradoura positiva ou negativa em nosso cérebro, é fundamental que os CIOs criem um registro mental das realizações positivas. Por exemplo, algumas empresas incluem sessões de 'ouvir as desvantagens' no plano de mudança, tendo os colaboradores a oportunidade de compartilhar abertamente suas preocupações. "Essa iniciativa substitui os ocasionais momentos de desabafo no bebedouro ou na máquina de venda automática, tornando essas preocupações administráveis", afirma Sanchez-Reina.