A EMC vê na nova realidade do mercado de tecnologia, marcada pela expansão da computação em nuvem, uma janela de oportunidades para aumentar sua participação de mercado. Para atingir essa meta, a companhia vai concentrar o foco de atuação na oferta de soluções completas de virtualização de storge, aliada a produtos de parceiros, baseada em nuvem privada. A aposta da EMC está na demanda do segmento corporativo por ambientes privados de cloud computing.
A visão da companhia sobre esse novo momento foi dada pelo CEO, Joe Tucci, durante a abertura nesta segunda-feira do EMC World 2010, fórum clientes e parceiros da empresa de todo o mundo, que ocorre em Boston (EUA). Para ele, o futuro da infraestrutura de TI será divido entre nuvens privadas e públicas. O executivo avalia que grande parte das companhias adotará com maior ênfase soluções de cloud computing privada. Segundo ele, ocorrerá uma alteração nos atuais data centers para ambientes privados de computação em nuvem.
Tucci analisou que as estratégias públicas e privadas de computação em nuvem coexistirão, mas frisou que as segundas estarão mais no foco das corporações. O CEO da EMC avalia que a indústria financeira, uma das maiores geradoras de receita para a companhia, deverá ser a primeira a adotar as soluções para computação em nuvem privada. "Enxergamos um grande potencial nos private clouds. Estamos convencidos que venderemos storage virtualizado de forma bastante acelerada", afirmou o executivo.
A razão para a adesão das empresas aos ambientes privados de cloud computing, segundo Tucci, será o aumento exponencial do consumo mundial de dados, que, de acordo com ele, atingirá cerca de 32 zetabytes até 2020, um aumento de 44 vezes em relação ao volume atual. O CEO da EMC observa que será inviável para as atuais infraestruturas de data centers suportarem tal demanda, já que são muito complexas e caras.
Para atuar com força no mercado e aproveitar as oportunidades abertas por esse novo cenário, a companhia adotará uma estratégia integrada de venda de infraestrutura e virtualização, apoiando-se nas soluções da VMware, empresa pertencente a EMC e criadora do software de virtualização mais conhecido do mercado, além de concentar o foco nas parcerias para oferecer uma oferta completa cloud computing privado.
No EMC World, a empresa procurou deixar bastante claras essas duas tendências. Uma delas fica patente no lançamento do VPLEX, solução apoiada no VMotion, da VMware, voltada para a virtualização de storage e cuja tecnologia permite às empresas "enxergarem" todos os seus diferentes data centers como uma infraestrutra única, possibilitando o gerenciamento e transferência de dados sem interrupção da operação. O sistema é interoperável com outras soluções de storage concorrentes da EMC.
A outra tendência fica evidenciada na recém-concluída parceria com a Brocade para a comercialização de swithces e roteadores. A oferta estará disponível a partir do terceiro trimestre. Com isso, a Brocade se junta a outros parceiros da EMC para a oferta de soluções completas de nuvem privada como a Cisco, AT&T e Dell.
Com essa estratégia, a EMC avalia que aumentará as vendas de storage para os provedores de serviços de data center, mas acredita que a maior parcela da demanda por sistemas de amarzenamento e ambientes virtuais de storage ficará concentrada no mercado corporativo.
Ao analisar que existirão nuvens híbridas, com parte privada e parte pública, Tucci fez questão de dizer que não teme a concorrência de grandes provedores públicos de cloud computing, como Google e Amazon. Segundo ele, as ofertas dessas empresas não têm como atender todas as demandas dos clientes. Por isso, ele acredita que existe espaço para diversos players e que o mercado de cloud computing não se resumirá a poucos grandes fornecedores.
*O jornalista viajou a Boston a convite da EMC.
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