O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, aproveitou nesta terça, dia 10, a presença de representantes de operadoras e órgãos reguladores europeus no evento da EUBrasil, entidade de relacionamento comercial para empresas de TICs brasileiras e europeias, para tentar esclarecer o papel da Telebrás no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e aspectos das políticas públicas com vistas a fortalecer uma indústria nacional. A explanação ocorreu na BITS 2011, que acontece esta semana em Porto Alegre. "Desde a primeira reunião da EUBrasil em Bruxelas, os órgãos reguladores europeus, em alinhamento com as operadoras de seus países, têm uma ideia errada da Telebrás. Ela não vai concorrer no varejo, vai fazer parcerias com empresas privadas para investir em novas redes e não vai fazer última milha", esclarece Alvarez, repetindo o que o governo diz desde o ano passado. Também a legislação que dá prioridade para equipamentos desenvolvidos no Brasil nas compras da Telebrás tem recebido críticas, sobretudo de empresas europeias e chinesas. "O que estamos tentando é trazer parte das redes de inovação das empresas globais, com centros de pesquisa e desenvolvimento para o Brasil", explica. Alvarez foi enfático durante sua apresentação no encontro promovido pela EUBrasil: "Não nos cobrem hoje o que vocês fizeram no passado. Essas políticas não são novas na Europa, e o que queremos é o fortalecimento da indústria nacional como uma visão estratégica. Tragam parte de sua rede de inovação para o Brasil".
Papel revisado
Alvarez salientou ainda que está em andamento a revisão do papel da Telebrás, que passará a firmar também parcerias com governos estaduais, consórcios de municípios, operadoras de telecomunicações e pequenos provedores para investir na construção de redes. Um exemplo é o estudo de parceria com a GVT e a companhia energética do Rio Grande do Sul para fechar um anel que ligará o estado à Argentina e Uruguai.
Apesar de o presidente da Telebras, Rogério Santanna, ter garantido que companhia terá um orçamento anual de R$ 1 bilhão, Alvarez trabalha com no planejamento de três cenários-base de investimentos: orçamentos de R$ 350 milhões, R$ 600 milhões e de R$ 1 bilhão por ano. "Num primeiro momento, a Telebrás se adequou ao atraso de recursos, e agora se readequa à entrada de novos recursos e oportunidades não-financeiras", disse o secretário-executivo.
- PNBL