Fabricantes chineses de smartphones agora saem em busca do mercado indiano

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Nos últimos anos, a Índia vem se convertendo num atraente polo de negócios para as empresas de tecnologia da China, país para o qual elas têm destinado boa parte dos seus investimentos. A fabricante chinesa de eletrônicos Foxconn, por exemplo, poucos dias depois de revelar que planeja construir uma nova fábrica no Oeste da Índia, na qual vai investir US$ 5 bilhões, anunciou nesta segunda-feira, 10, a assinatura de um contrato com a conterrânea Xiaomi para montar smartphones naquele país.

Ao divulgar a assinatura do acordo, a Xiaomi disse que o objetivo é aumentar a produção no mercado indiano que, segundo a empresa, é cada vez mais importante e em rápido crescimento para seus produtos. A nova planta industrial, localizada no estado de Maharashtra, que também abrigará um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D), é a segunda fábrica da Foxconn instalada naquele país.

O interesse das empresas chinesas pela Índia — a segunda nação mais populosa do mundo — se deve ao fato de a demanda por produtos eletrônicos, especialmente smartphones, ter acelerado muito nos últimos anos. Para a Xiaomi, por exemplo, que comercializa smartphones naquele país há cerca de um ano, a Índia já representa seu segundo maior mercado fora da China. A empresa diz que já vendeu 3 milhões de smartphones e tablets aos indianos.

Não é à toa que mais empresas estudam produzir celulares no país. As fabricantes chinesas Huawei Technologies e Oppo Mobile Telecommunications, por exemplo, disseram que planejam produzir na Índia. Até mesmo a coreana Samsung Electronics investiu recentemente cerca de US$ 80 milhões em uma fábrica local e agora estuda abrir outra, que será sua terceira planta industrial naquele país. Além disso, a Micromax Informatics, maior fabricante de smartphones da Índia em termos de aparelhos vendidos e que produz a maioria de seus celulares na China, disse que pretende trazer toda a sua produção para a Índia.

Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o fundador e presidente da Foxconn, Terry Gou, disse que não só pretende abrir novas instalações na Índia, mas também tornar o país no segundo maior polo de produção da Foxconn na Ásia.

Além das oportunidades abertas pelo potencial do mercado indiano, o interesse das empresas chinesas em produzir no país se deve ao claro desejo do governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, em receber os investimentos chineses. Ele criou um grande programa para expandir a produção, criar empregos e impulsionar o crescimento econômico da Índia, que ficou muito para trás de seus vizinhos do Leste Asiático em termos de desenvolvimento industrial. O governo diz que está trabalhando para reduzir a burocracia, melhorar a infraestrutura e tornar o país um lugar mais atrativo para as empresas investirem.

"O gabinete do primeiro-ministro tem sido hiperativo sobre isso, ele quer grandes projetos de referência", diz um assessor do governo ao jornal britânico. Segundo ele, os US$ 5 bilhões da Foxconn é o maior investimento em uma fábrica na Índia. Ele sugere que o grupo de Taiwan, que é mais conhecido por produzir iPhones e iPads para a Apple, poderá até mesmo se tornar o maior investidor estrangeiro na Índia, se os planos para consturir uma dúzia de outras fábricas der frutos. "A Índia é tão grande. Talvez em dez anos possamos ter uma fábrica em todos os estados", diz Gou, da Foxconn, ao jornal de negócios local Mint, nesta segunda-feira.

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