Não estaria reinventando a roda ao dizer que a indústria de seguros, historicamente associada a práticas tradicionais, encontra-se no epicentro de uma revolução digital. O setor está adotando novas tecnologias para transformar sua relação com os clientes. Neste cenário, três inovações se destacam por seu impacto disruptivo: Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR).
Inteligência Artificial – Como gestor e também consumidor, venho percebendo que a IA está desempenhando um papel central na reestruturação do setor de seguros. Outro dia, em uma reunião interna, todos aqui no escritório foram unânimes: a partir de grandes volumes de dados, essa solução possibilita a criação de perfis de clientes detalhados e precisos. Logo, as empresas podem oferecer apólices customizadas, alinhadas às necessidades individuais. Isso não apenas melhora a satisfação do cliente, mas também aumenta a retenção. Atesto isso, inclusive, na condição de gestor de uma empresa desse setor que tem atuação digital.
A análise de dados em tempo real permite à IA ajustar os preços dos seguros com base nos riscos reais do cliente. Essa abordagem resulta em valores competitivos e justos. Além disso, essa ferramenta ajuda a detectar fraudes e a minimizar perdas financeiras. Por sim, soluções baseadas nesse tipo de inteligência estão revolucionando o atendimento ao cliente. Chatbots e assistentes virtuais podem responder dúvidas, resolver problemas e processar sinistros de forma automática. Tudo isso resumido em um "tuíte": eficiência.
Internet das Coisas – A IoT está transformando o seguro auto online ao criar um ecossistema de dispositivos conectados que geram dados em tempo real. E para nós, que trabalhamos com tecnologia e pessoas, essa nuance faz toda a diferença. Sensores instalados em veículos podem monitorar hábitos de condução, condições das vias e o estado dos automóveis, permitindo a identificação de riscos e a adoção de medidas preventivas.
A 'Internet das Coisas' permite ainda o surgimento de modelos baseados no uso, nos quais os clientes pagam apenas pelos serviços efetivamente utilizados. É o chamado pay-per-use, ao qual estamos atentos aqui na seguradora, trazendo esse debate frequentemente à mesa. Essa abordagem não apenas reduz custos, mas também incentiva práticas de direção segura.
OCR – O chamado 'Reconhecimento Ótico de Caracteres' vem redefinindo a eficiência operacional das seguradoras ao automatizar tarefas que, até pouco tempo atrás, eram burocráticas e morosas. É essa a tecnologia que permite digitalizar documentos e extrair informações com rapidez, simplificando atividades como a análise de sinistros e a emissão de apólices.
E como isso melhora o nosso trabalho? Os clientes podem enviar documentos digitalmente, eliminando deslocamentos e economizando tempo, o que melhora significativamente a jornada do consumidor. E do lado de cá, reitero que as seguradoras reduzem seus custos operacionais, ao mesmo tempo que aumentam a eficiência.
Futuro promissor – e logo adiante
Olhando para a chegada de 2025, que está a poucos dias – diga-se de passagem -, o seguro auto online apresenta um potencial de crescimento notável, impulsionado por IA, IoT e OCR. Essas tecnologias não apenas estão revolucionando o setor ao oferecer experiências mais personalizadas e eficientes, mas também estão abrindo caminho para soluções ainda mais inovadoras.
As seguradoras que se adaptarem rapidamente a essa nova realidade estarão na vanguarda de um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico. Ao integrar essas ferramentas de maneira estratégica, o nosso setor de seguros está transformando sua própria operação e também redefinindo a experiência do consumidor.
Reinaldo Aguimar, COO e cofundador da OON Seguradora.