De acordo com uma pesquisa, dois em cada três líderes brasileiros estão acelerando tomada de decisões em função da atual crise sanitária e econômica. O levantamento realizado pelo Page Executive, empresa de recrutamento executivo, em parceria com o Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral aponta que 40% estão tomando decisões muito mais rápidas, 30% um pouco mais rápidas, 13% não notaram mudança significativa, 13% notaram decisões um pouco mais devagar e 4% muito mais devagar.
A Page Executive explica que são decisões acerca do negócio, da continuidade das operações e da gestão de pessoas. O ritmo de transformação tecnológica, por exemplo, foi acelerado para 77% dos executivos. Apenas 3% apontam desaceleração no uso de novas tecnologias, enquanto 20% não notaram efeito significativo no ritmo de transformação.
Com as decisões mais aceleradas, grande parte dos executivos percebeu que houve mais descentralização das decisões estratégicas da companhia. A maioria (32%) observou que essas medidas ficaram menos centralizadas e envolveram a participação de outros integrantes da alta liderança. Uma outra parcela, de 7%, notou descentralização e participação de executivos de outros níveis hierárquicos.
Também há um percentual significativo de líderes (37%) percebendo um movimento contrário, de um pouco mais de centralização das decisões estratégicas e outro, de 10%, indicando resoluções muito mais centralizadas no líder. Aqueles que não notaram mudança significativa somaram 24%.
Os líderes também foram questionados sobre quais seriam suas maiores preocupações em relação ao gerenciamento de risco no atual cenário. Entre as prioridades listadas, aparecem na ordem: manter funcionários seguros e empregados, liquidez de curto prazo, vulnerabilidade dos clientes, previsões de recessão econômica, gestão da cadeia de suprimentos, fornecer uma rede de segurança para os funcionários e dependência das ações dos governos federal e estadual.
A pesquisa "Realidade e percepções da alta liderança frente à crise" foi realizada em setembro e outubro deste ano contando com a participação de 230 executivos que ocupam cargos de CEO, vice-presidente, diretor, superintendente e outras posições do c-level (alto escalão) em todo o Brasil.