Desde outubro do ano passado o Pinterest conta com um country manager no Brasil, o executivo Ricardo Sangion, que veio do Facebook. Agora, a equipe nacional vai crescer: a ideia é contratar até março mais dois executivos. Um vai gerenciar a comunidade brasileira do app e outro ficará responsável pelo gerenciamento de parcerias locais.
"O gerente da comunidade vai focar nos influenciadores de cada categoria de conteúdo. E o gerente de parcerias vai cuidar da relação com revistas, marcas, portais etc. É quase como se um ficasse encarregado das contas de pessoas físicas e o outro, das corporativas", compara Sangion.
O executivo relata que o Pinterest teve uma primeira fase de crescimento no Brasil em 2012, quando o app foi traduzido para Português. Depois, por falta de conteúdo nacional, muita gente deixou de usá-lo. Uma nova onda de crescimento veio em 2014, com a popularização dos smartphones e a melhora da cobertura e da velocidade das redes móveis. Agora, a empresa está estruturada localmente para aproveitar essa nova oportunidade. Segundo Sangion, 75% do tráfego do
Pinterest provêm de dispositivos móveis.
O escritório em São Paulo é o único da empresa na América Latina. E há apenas outros quatro fora dos EUA: Paris, Londres, Berlim e Tóquio. A companhia não abre números de sua base por país, mas informa que o Brasil está na lista dos seus dez maiores mercados. Em setembro passado, o Pinterest tinha mais de 70 milhões de usuários ativos no mundo.
O público é predominantemente feminino, mas a proporção entre gêneros está se equilibrando aos poucos. A relação já foi de nove mulheres para cada homem. Agora é de duas para um.
Descrição e modelo de negócios
O Pinterest funciona como uma ferramenta para as pessoas colecionarem e organizarem ideias de maneira visual. É mais ou menos como um bookmark em imagens. E também serve para a busca de inspiração, graças a uma ferramenta de pesquisas avançada. "Tem gente que descreve o Pinterest como um lugar para planejar projetos futuros. É onde entram para visualizar e descobrir ideias. Elas são organizadas em painéis. Pode ser uma receita, uma dica de artesanato, um produto para comprar", explica Sangion. Cada ideia armazenada é um "pin" e vem sempre acompanhada de uma imagem, seja tirada pela câmera, seja obtida de um site na web. É possível seguir outras pessoas e pesquisar ideias em toda a base de conteúdo armazenado publicamente no Pinterest.
Marcas podem criar contas próprias para promover seus produtos. O modelo de negócios do Pinterest é baseado em publicidade, mas foi lançado por enquanto apenas nos EUA com um grupo pré-selecionado de anunciantes, porque a empresa quer tomar cuidado para não atrapalhar a experiência de seus usuários. Marcas como Unilever, P&G, Nestlé, Mondelez, American Express e Pepsi já experimentaram. Tal como no Facebook, a publicidade dentro do Pinterest faz com que os "pins" das marcas tenham um alcance maior do que teriam organicamente. Além disso, a exibição de um "pin promovido" leva em conta os interesses pessoais de cada usuário.
A cobrança é feita por CPM ou por CPC, dependendo da preferência do anunciante. Não há previsão de quando a publicidade começará a ser explorada em outros mercados.
Sangion acredita que o app pode despertar o interesse até mesmo de produtos e serviços sem tanto apelo visual, como seguradoras. "Pode-se apresentar seguro de viagem para quem está pesquisando viagens no Pinterest. Ou um seguro para casa quando se está procurando por dicas de decoração. Ou mesmo um seguro de vida se pessoa a está planejanddo seu casamento ou ter filhos", exemplifica.