Projeto estabelece normas para operador de telemarketing

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A duração normal do trabalho em serviços de teleatendimento deverá ser de até seis horas diárias e 36 horas semanais, com um intervalo mínimo de dez minutos para descanso, incluído na jornada diária, a cada período de 50 minutos de trabalho. A proposta consta de projeto de lei dos deputados do PT Jorge Bittar (RJ) e Luiz Sérgio (RJ) que estabelece normas sobre carga horária para a atividade de teleatendimento ou telemarketing.

No caso do trabalho em tempo parcial, a jornada será de quatro horas diárias e 24 horas semanais, com um intervalo diário de dez minutos para descanso, incluído na jornada de trabalho. Será assegurada ao trabalhador de telemarketing em tempo parcial remuneração não inferior ao salário mínimo.

O projeto proíbe a prorrogação da jornada de trabalho, salvo por motivo de força maior ou para a realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja execução possa acarretar prejuízo. Em caso de prorrogação da jornada, a autoridade competente deverá ser comunicada do fato no prazo de dez dias.

O trabalho deverá ser organizado de forma a não haver atividades aos domingos e feriados, total ou parcialmente. No entanto, em caso de haver expediente aos domingos ou feriados será assegurado ao trabalhador pelo menos um repouso semanal remunerado coincidente com um sábado e domingo a cada mês, independente de metas, faltas ou produtividade, sem qualquer tipo de compensação.

A proposta considera serviço de teleatendimento ou operação de telemarketing a atividade de comunicação com clientes e usuários, por meio de voz ou mensagens eletrônicas, realizada a distância, utilizando-se simultaneamente de equipamentos de audição, escuta ou fala telefônica e sistemas informatizados ou manuais de processamento.

Mercado em expansão

Os autores da proposta ressaltam que a atividade de operador de telemarketing é, atualmente, uma das que mais empregam no país. Segundo dados da Associação Brasileira de Telesserviços o setor cresceu 235% de 2003 a 2006. São mais de 700 mil pessoas empregadas na atividade em todo o país e, embora a maioria esteja concentrada no eixo Rio/São Paulo, há ainda importantes call centers nos estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Ceará e Goiás. O mercado brasileiro emprega principalmente jovens entre 16 e 24 anos, a maioria deles do sexo feminino, em início de carreira.

Jorge Bittar e Luiz Sérgio destacam ainda que o setor de telemarketing registra um dos mais altos índices de doenças ocupacionais. Além disso, segundo os deputados, a atividade enfrenta outros problemas como clima organizacional ruim, pressão psicológica, excesso de cobrança e permanente monitoramento, não atendimento de solicitação de pausa para necessidades fisiológicas e deficiência de mobiliário e equipamento.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Com informações da Agência Câmara.

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