A Apple e três grandes editoras – Lagardere SCA’s Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster – foram processadas pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos por terem pactuado para elevar os preços dos livros eletrônicos (e-books) e, assim, minar a liderança da Amazon nesse mercado. O DOJ acredita na existência de um acordo para estabelecimento do valor dos produtos, o que teria levado os consumidores a pagar "dezenas de milhões de dólares a mais" por seus e-books.
A Simon & Schuster foi a única que admitiu a existência de um pacto com a fabricante do iPad, mas todas decidiram firmar um acordo com o DOJ para cancelar o processo. Elas concordaram interromper a parceria com a Apple e, durante dois anos, não irão estabelecer relações desse tipo com nenhuma outra empresa.
Segundo o The Wall Street Journal, o preço médio dos e-books subiu de US$ 9,99 para US$ 14,99 nos últimos anos. Na ação, que corre na Corte Federal do Departamento de Justiça de Manhattan, em Nova York, o DOJ alega que as companhias aumentaram os preços para garantir à Apple uma comissão de 30% a cada venda.
Analistas dizem que o tiro saiu pela culutra. Agora, com as três editoras fora desse mercado, a Amazon ganha mais competitividade ainda. Isso porque seu tablet Kindle Fire tem o preço subsidiado, já que o modelo de negócio é baseado na venda de conteúdo. Com o fim do acordo com a Apple, a varejista online pode oferecer descontos e preços ainda mais baixos e, assim, ganhar mercado.
O processo aberto pelo DOJ cita abertamente o objetivo de “limitar a capacidade da Amazon de oferecer descontos” nos e-books. O caso veio à tona em dezembro do ano passado, quando o órgão trabalhava numa investigação preliminar em conjunto com a Comissão Europeia.