A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, recebeu nesta terça-feira (11/9) a delegação de representantes de 13 fundos de pensão dos Estados Unidos, cujo patrimônio global supera US$ 200 bilhões.
Para o diretor da área de inovação da Finep, Eduardo Costa, a visita dos norte-americanos é importante porque abre a possibilidade de o país começar a receber recursos direto de investidores estrangeiros nos novos fundos de capital de risco. O encontro ocorre, segundo ele, exatamente no momento em que o órgão está em busca de investidores para os fundos de capital de risco (venture capital).
?O objetivo atrair novos investidores para que esses fundos se multipliquem e aumentem o dinheiro que eles têm para investir em inovação no Brasil?, disse Costa, ao ressaltar que, a partir do ano passado, o Brasil entrou no radar dos estrangeiros que canalizam parte dos seus recursos para os chamados países emergentes.
Segundo Costa, nos últimos 12 anos esses fundos investiram muito dinheiro na China e nos últimos quatro anos, na Índia. ?Do ano passado para cá aumentou muito o interesse no Brasil. Agora chegou a vez de a gente receber esse fluxo de capitais estrangeiros que vai ser muito importante para a indústria de venture capital aqui?.
Ele informou também que enquanto os fundos brasileiros de pensão têm cerca de R$ 350 bilhões para investimento, todos os fundos dos Estados Unidos contam com US$ 17 trilhões para investir. ?Então eles pegam uma parte desse dinheiro e investem em países emergentes para distribuir o risco das aplicações deles?, explicou Costa.
Na avaliação dele, o Brasil despertou interesse por causa dos biocombustíveis, com destaque para o etanol, e da possibilidade de que esse produto venha a substituir parte do consumo americano de petróleo. ?Isso fez com que o Brasil entrasse na agenda de todo mundo?, destacou.
Além dos biocombustíveis, Costa acrescentou que o interesse dos fundos americanos estaria concentrado na área de energias renováveis, além de setores clássicos como biotecnologia, tecnologia da informação e infra-estrutura. Ele estima que os primeiros investimentos possam ser viabilizados nos próximos seis meses.
Os fundos nos quais a Finep está investindo têm orçamento de R$ 600 milhões neste ano. Deste total, R$ 100 milhões foram aplicados pela Finep e o restante é de outros investidores, com destaque para os fundos de pensão.
Com informações da Agência Brasil.