Há tempos esse é um movimento que tem ocorrido: a empresa dedica alguns de seus profissionais de TI para atender especificamente à RH, ou, Recursos Humanos tem incorporado um profissional de TI ao seu time. Isso porque os projetos de RH passaram a incluir tecnologia, e a inovação fez com que muitos organogramas passassem por uma mudança considerável. Ao mesmo tempo, as tecnologias que impactam diretamente a Recursos Humanos, como avaliação de pessoas e gestão do desempenho, para citar algumas, não podem mais ser escolhidas somente pela área de Tecnologia – sem a interferência de RH.
Como fornecedor de tecnologia para RH, da minha experiência posso dizer que, as empresas que uniram as duas áreas –seja tendo alguns profissionais dedicados em TI para RH, ou tendo um profissional de TI sendo parte do time de gestão de pessoas, só ganharam com essa relação. Têm mais agilidade para implementar qualquer projeto e aspectos de tecnologia importantes ao negócio são levados em conta desde o princípio.
Mas precisamos voltar um pouco para atender o cenário "passado" (aposto que muitas empresas ainda estão neste ponto). O que acontecia era a implementação, por parte de RH, de ferramentas e sistemas para operacionalização do trabalho que nem sempre estavam adequados ao ambiente empresarial da organização. Não faziam integração com nada mais, e se tornavam ilhas dentro do imenso emaranhado tecnológico. Em algum momento, esse sistema se tornava obsoleto, ou sua adesão acabava não acontecendo como previsto, e lá se ia para o lixo tempo e recursos.
Da mesma forma, tenho certeza de que algum profissional de Recursos Humanos já passou pelo momento de se ver obrigado a adotar uma nova ferramenta tecnológica escolhida por TI – integrada à tecnologia, mas com vários pontos a menos quando se trata no atendimento das demandas operacionais e estratégicas da área de RH.
Assim, existe a necessidade das duas áreas, RH e TI, falarem a mesma língua, de forma a TI entender as necessidades de RH e RH entender as questões técnicas de TI.
Com a união das duas áreas – debaixo de um só objetivo, o do negócio-, as soluções encontradas ficam muito mais rentáveis e proveitosas para a organização. Por um lado, os especialistas em gestão de pessoas podem escolher quais ferramentas disponíveis no mercado ajudam a tirar a estratégia de RH do papel, analisando a ferramenta do ponto de vista funcional e analítica. Por outro, o TI entra com sua experiência para auxiliar não apenas na análise tecnológica e não funcional das ferramentas, mas também em definições importantes que impactam diretamente o sucesso da empreitada como um todo, relacionadas a implantação e suporte. Mais do que isso, a área de TI poderá dar um importante suporte para todo o processo de implantação e possivelmente de desenvolvimento da ferramenta a ser adquirida.
Ou seja: a sinergia é sempre mais proveitosa e mais útil para a organização porque une duas experiências e competências distintas. Antes de fazer com que um sistema se torne uma boa intenção e uma má execução, unir esforços é a melhor opção para criar soluções realmente rentáveis e eficazes para o negócio.
André Ventura, sócio-diretor da Efix