Embora improvável, em 30 anos Brasil poderá ter papel protagonista em telecom

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Embora o número de patentes brasileiras em telecomunicações e os artigos científicos publicados sejam bem inferiores ao de vários países, nem tudo está pertido no que se refere ao desenvolvimento de tecnologias nacionais em telecomunicações, na visão do Intituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): "com investimentos corretos e bem canalizados às tecnologias de fronteira, aliados ao estreitamento de parcerias estratégicas com países avançados no tema, o Brasil poderá, em cerca de três décadas, desenvolver as competências necessárias para se tornar um respeitável player global em telecomunicações".
O "otimismo" do Ipea se explica pelo fato de que o crescimento da produção científica brasileira na área foi 384% maior na comparação entre os triênios de 2001/2003 e 2007/2009. O crescimento só não foi superior ao da China (490%). O caminho para se chegar lá é longo. Embora o País tenha registrado crescimento elevado, a produção de artigos científicos por pesquisadores brasileiros está muito atrás de vários países e é o pior entre os Brics.
O Ipea mostra que mesmo que as taxas de crescimento da última década forem mantidas, a produção total do Brasil desde 2000 somente ultrapassaria em 2019 a de Rússia, Finlândia e Suécia. Índia, Alemanha e Japão seriam ultrapassados só em 2029. Taiwan, Canadá e Coréia do Sul (hoje entre os líderes de produção científica na área)chegariam a 2040 com produção cientifica entre três e seis vezes maior que a do Brasil. Já a China em 2040 estaria a publicar em torno de 30 vezes mais artigos na área que o Brasil. O próprio Ipea reconhece que a manutenção nos próximos 30 anos da mesma tendência verificada nos últimos dez é improvável.
Outro dado que afasta o Brasil de um pretenso protagonismo em P&D para telecomunicações é a análise da produção científica nas áreas que mais atraem investimentos: banda larga, mobilidade e redes de nova geração. Dos 383 artigos publicados entre 2000 e 2010 apenas 33 são sobre esses assuntos.
O instituto lembra, contudo, que o País conta com uma arma poderosa para reverter esse quadro. "É possível que a emergência de uma grande empresa nacional competitiva internacionalemente viesse a gerar transbordamentos positivos sobre a base científica – transbordamentos estes hojes limitados tendo em vista o atual ecossistema brasilerio de telecomunicações, no qual a indústria nacional mostra-se pouco inovativa e essencialmente reativa às tendências globais". Os dados foram retirados do estudo "Panorama da Comunicação e das Telecomunicações no Brasil", divulgado na última terça, 11, pelo Ipea.

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