Decidir por uma plataforma de integração é uma decisão essencial e estratégica para qualquer empresa. Embora isso possa parecer um exagero, essa decisão não pode ser ignorada, especialmente à medida que a empresa cresce e sua infraestrutura de aplicações se torna cada vez mais complexa e heterogênea. O risco de causar prejuízo aos negócios é alto, sem uma decisão adequada.
A realidade, no entanto, é que muitas empresas acabam confiando na integração ponto a ponto – ou seja, integração por codificação manual de sistema para sistema – para resolver problemas de sincronização de dados. Este procedimento é visto como uma maneira econômica de lidar com problemas de sincronismo de dados, pois apenas o curto prazo está no radar do gestor. A médio-longo prazo os resultados não são os melhores e podem trazer consequências duras e amargas para os negócios.
Quando os dados geram confusão
Os dados são ativos fundamentais para as empresas e seus negócios e todas as ações de uma organização empresarial dependem disso, e os tomadores de decisão acabam confiando no fato de que eles – os dados – estão sempre atualizados e acessíveis a qualquer hora e em qualquer lugar. No entanto, isso raramente é verdade.
O que vemos, em geral, é que os dados são armazenados de forma inconsistente e desestruturada em vários locais, seja na rede ou em nuvem, criando um enorme emaranhado de sistemas ou aplicativos não conectados entre si. Como resultado, é possível existir o mesmo conjunto de dados replicado várias vezes no mesmo local e em vários, seja no ERP ou CRM. Se alguma informação for alterada ou atualizada em um destes sistemas, o conjunto de dados correspondente no outro local não será atualizado automaticamente, resultando em uma massa crítica de informações inconsistentes, as quais nos levam a um ambiente de baixa produtividade e baixa qualidade nos serviços prestados.
Os cenários de sistema heterogêneos tornam quase impossível para as empresas homogeneizar e limpar seus dados sem muito esforço e processos manuais demorados.
Tic tac, tic tac …
Quando se trata de sincronização de dados, geralmente isso envolve projetos, recursos e orçamento significativos. A maioria das empresas busca soluções que ofereçam o máximo benefício com o mínimo de esforço e custos. Compreensível.
O apelo das soluções de integração ponto a ponto é que elas oferecem uma alternativa "rápida e superficial" para a troca de dados entre aplicativos. Mesmo quando as organizações descobrem que isso funciona bem como uma solução de integração para os dois primeiros aplicativos, muitas empresas simplesmente acabam insistindo. E é aí que está o problema.
Com o tempo, todas as conexões ponto a ponto individuais e não documentadas levam a uma infinidade incontrolável de conexões auto desenvolvidas. Isso rapidamente se torna uma bomba-relógio insustentável na estrutura de TI. Mas, o que muitas empresas podem fazer? Para evitar o pior e garantir que sua infraestrutura de dados seja estável, estruturada e preparada para o futuro, a adoção de plataforma de integração central é o passo seguinte.
Como funciona uma plataforma de integração central?
A introdução de uma plataforma de integração deve atender a um objetivo bastante claro: acelerar a integração de dados com elevado custo-benefício. Podemos apresentar aqui os quatro objetivos mais importantes:
- Integrar sistemas e estrutura de dados refere-se, inevitavelmente, aos processos de negócio, que no final das contas conduz a enormes melhorias e otimizações dos processos gerenciais;
- Processos e estruturas de dados devem se tornar mais transparentes e compreensíveis para toda a organização;
- As informações devem estar disponíveis além das fronteiras dos aplicativos e das divisões da empresa;
- Ser capaz de trabalhar com relatórios e análises centrais. As decisões e ações devem ser obtidas em uma base confiável e que conduzam, de forma consistente, a um objetivo primordial: aumentar a própria competitividade da empresa.
De olho no futuro
O número de projetos de integração com uma plataforma especializada tem crescido nos últimos anos, por vários motivos. O principal deles é que é impossível trocar dados entre sistemas distintos sem que se recorra a tecnologias preparadas para isso
A decisão por uma plataforma de integração se tornou estratégica e de longo prazo. Não se pode pensar somente no agora e deixar de se considerar o futuro. Ou seja, a tecnologia escolhida deve nos deixar preparados para o futuro. Com a realidade dos negócios em mente, os gestores de TI devem considerar a capacidade de realização dos seus projetos de integração no ambiente híbrido que possuem, integrando sistemas e bases de dados locais e com os que estão na nuvem, em serviços online. Esta capacidade é vital para o sucesso.
Os gerentes de TI devem levar em conta que o seu CRM pode ser online, mas o seu ERP está instalado localmente na rede. Ao focar na operação dos sistemas sem atritos é aconselhável que se tenha conectores prontos para realizar o barramento de integração. Evitando-se assim codificações.
Os dados em prol dos negócios e do compliance de privacidade
Sem acesso preciso aos dados e insights em tempo real, não se pode esperar que os gestores de negócios tomem boas decisões. Muitas empresas ainda possuem ferramentas básicas e não inteligentes para tratar, sanear, integrar, gerenciar e sincronizar seus dados em tempo real. A maioria o faz de maneira inadequada ou de uma forma que causará danos a longo prazo.
Atualmente, os dados estão atraindo grande atenção dos gestores e reguladores em tempos de proteção da privacidade das informações pessoais, impulsionados pela LGPD. A única maneira de navegar nesta selva de dados de maneira eficiente é abraçar uma solução de integração central.
Rodney Repullo, CEO da Magic Software Brasil.