A união do Facebook com o comércio virtual, ambos com grandes perspectivas de crescimento no Brasil, criou uma nova modalidade de comércio. O social commerce leva para as plataformas sociais todas as experiências relacionadas à compra de produtos e serviços – e impulsiona negócios de empresas e desenvolvedoras específicas para este nicho de mercado. O assunto foi tema de um painel no Web Expo Forum, que teve início nesta segunda-feira, 12, em São Paulo.
"Não podemos dizer que cerca de 40 milhões de usuários de internet sejam jovens de classes altas. Isso prova a tendência geral do social commerce no Brasil", defende Gabriel Borges, diretor da LikeStore, desenvolvedora de lojas virtuais para o Facebook. Fundada no início do ano passado, abriu as operações em agosto e tem como meta realizar 150 mil vendas, com tíquete médio de R$ 120 em seu primeiro ano de atuação.
A plataforma já acumula 3,8 mil lojas de diversos segmentos, de pequenos empreendedores com produtos próprios ou revendas até companhias de médio e grande porte. A LikeStore arrecada 2% do valor bruto das transações, enquanto a MoIP, operadora financeira, capta 5,9% do preço de cada produto. Para Borges, as mídias sociais não criaram nenhum conceito novo. “O comportamento humano de compartilhar e pedir opiniões ao realizar uma aquisição já era comprovado por pesquisas. Agora, apenas migrou para a internet”, acredita.
Integração virtual-real
A Billabong, por sua vez, apostou no caminho inverso. A partir da análise de dados coletados de suas vendas virtuais, a companhia criou uma loja modelo em Alphaville, região metropolitana de São Paulo, para integrar experiências de social commerce no mundo real. Por meio das tecnologias RFID (identificação por radiofrequência) e NUI (sigla em inglês para interface natural do usuário), a marca permite aos clientes combinar peças de roupas, receber sugestões personalizadas, testar combinações em simuladores virtuais e compartilhar as experiências no Facebook.
Enquanto isso, cada comportamento de compra é monitorado por etiquetas presentes em cada produto. “Conseguimos aumentar em 32% as vendas ao mapear os movimentos dos nossos clientes e aplicar suas preferências em outras lojas, foi um conhecimento adquirido”, conta Leonardo Santos, diretor geral de TI da Billabong.
“Acreditamos na união cada vez maior entre o mundo real e virtual, das experiências sociais até as comerciais”, afirma Santos. A marca inaugura neste ano mais duas lojas inteligentes no país, no bairro do Morumbi e na rua Oscar Freire, em São Paulo. Também têm inauguração prevista no período duas filiais internacionais com os mesmos recursos, em Nova York, nos Estados Unidos, e Sidney, na Austrália.