A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos vem usando servidores disfarçados, como se fossem do Facebook, a fim de obter acesso a computadores alvos de seus programas de vigilância, segundo um novo relatório vazado pelo ex-técnico da NSA, Edward Snowden, ao site de notícias The Intercept, que divulgou a história na terça-feira, 11.
O novo documento inclui um longo vídeo — supostamente produzido pela NSA e classificado como "ultrassecreto" — que detalha a forma como o órgão de inteligência manipula computadores, de maneira que as pessoas pensam que estão usando servidores do Facebook, quando, na verdade, estão sendo direcionadas para servidores controlados pela NSA. De acordo com a notícia, o disfarçe envolvendo o Facebook foi uma das várias técnicas utilizadas pela agência americana para espionar milhões de computadores.
O vídeo mostra um homem usando o Facebook em um laptop. Quando ele tenta acessar uma página a rede social, um computador NSA detecta o pedido e envia os dados desse usuário a partir do seu próprio servidor disfarçado. Com isso, ele imagina estar acessando sua página, mas, na realidade, está baixando um código que equivale a um vírus de computador que captura as informações de seu computador e as envia para o governo dos EUA.
Procurado pelo site, o Facebook disse não ter verificado qualquer evidência de que a NSA tenha usado a tática contra seus usuários. A rede social também garantiu que o método descrito no vídeo, de toda forma, não iria funcionar devido a ter começado a usar um maior nível de segurança no site desde o ano passado.
A notícia não deixa claro quantas pessoas podem ter sido alvo dessa tática de espionagem da NSA. Com base no vídeo fornecido por Snowden, parece que a agência a usa a tática contra determinados indivíduos e não como um programa de coleta de dados indiscriminada. Citando documentos de Snowden, o The Intercept diz, porém, que a NSA atingiu milhões de pessoas. O texto ressalta, no entanto, que a técnica de disfarçe de servidores não requer a cooperação da empresa de tecnologia.
Em nota, a NSA informou que monitora comunicações "exclusivamente onde existe uma inteligência estrangeira ou com a finalidade de contraespionagem" e que "todas as suas operações são estritamente realizadas sob o Estado de Direito".
