A Liga Ventures e a Emerge Ventures anunciam o lançamento do estudo que mostra a evolução das foodtechs no País. Ao todo, foram mapeadas 476 startups que estão ativas e utilizam diferentes tecnologias com o objetivo de transformar o mercado de alimentos e bebidas e entregar melhores soluções e produtos para a população.
O levantamento aponta que elas estão divididas em 23 categorias, como novos alimentos e bebidas (13,66%); logística e entrega (7,35%); gestão de pedidos (6,93%); marketplace de alimentos e delivery (6,72%); reaproveitamento e gestão de resíduos e descarte (6,51%); promoção do varejo (6,3%); tecnologias para produção (6,09%); gestão de processos foodservice (5,25%); alimentação em casa e no trabalho (4,41%); farm-to-table (4,41%); marketplace B2B (3,99%); gestão do varejo (3,78%); serviços em bebidas (3,36%); cadeia agropecuária (3,15%); qualidade e monitoramento (3,15%); novos canais de vendas (2,94%); informação e orientação (2,73%); dados (1,89%); promoção no foodservice (1,89%); relacionamento com fornecedores (1,68%); gestão financeira do foodservice (1,47%); marketplace para a produção (1,47%) e shoppers (0,84%).
Em relação ao ano de fundação das startups, cerca de 18,2% delas foram criadas entre 2020 e 2023. Já as principais categorias de foodtechs ativas fundadas nesse período foram novos alimentos e bebidas (14%); gestão de pedidos (14%); marketplace B2B (10%); reaproveitamento e gestão de resíduos e descarte (9%) e marketplace de alimentos e delivery (7%).
"Em meio às incertezas macroeconômicas e à crise que ainda afeta o setor de tecnologia, é importante destacar o contínuo empenho das empresas em buscar soluções inovadoras que impulsionem transformações significativas no segmento e acompanhem os hábitos de consumo da população. Apesar dos desafios enfrentados, os investimentos nas foodtechs têm sido expressivos nos últimos anos, refletindo o potencial desse setor", comenta Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.
Sobre os investimentos no setor, foram realizados 73 deals entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2024, que movimentaram cerca de R$ 1,9 bilhão. As startups de marketplace de alimentos e delivery (44%) e marketplace B2B (21%) tiveram a maior participação no montante total investido em 2023.
Com uma atuação voltada à categoria com maior representatividade no estudo, a de novos alimentos e bebidas, Leonardo Tonini, cofundador da Emerge Ventures, destaca os desafios do segmento. "Escalar uma nova marca é difícil em qualquer lugar do mundo. É um negócio de produtos físicos com alto custo marginal de crescimento por depender de investimentos em estoque, manufatura e distribuição. Margem bruta alta, capacidade de gerar tração em um canal específico e potencial de se tornar memorável resolvendo uma necessidade real do consumidor são alguns dos fatores que fazem diferença, fundamentais para que essas marcas alcancem o mercado de massa", reforça.
O estudo traz também as regiões com maior distribuição de startups ativas. No primeiro lugar do ranking está São Paulo (51%), seguido de Paraná (10%), Minas Gerais (8%), Rio de Janeiro (7%), Santa Catarina (7%), Rio Grande do Sul (7%), Espírito Santo (4%), Goiás (1%), Ceará (1%) e Pernambuco (1%).
Outro dado interessante se refere à análise da maturidade das foodtechs mapeadas, onde 46% são emergentes, 27% estão estáveis, 16% são nascentes e 11% delas disruptoras. Com relação às tecnologias mais aplicadas, destacam-se API (15%), Data Analytics (14%), Big Data (7%), Dashboard (9%) e Inteligência Artificial (8%). Já referente ao público-alvo, o estudo mostra que 51% das startups têm como foco o mercado B2B.
Para realizar o estudo foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.