Diversidade ainda é desafio no setor de Tecnologia da Informação, mas empresas estão dispostas a mudar

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A busca por uma sociedade mais plural e representativa começa no acesso igualitário à educação e ao mercado de trabalho. Não à toa, a diversidade é um tema cada vez mais presente nas discussões sobre empregabilidade e, na área de Tecnologia da Informação (TI) não é diferente. No Brasil, mesmo com a aceleração do setor registrada durante a pandemia, a diversidade ainda é um desafio a ser enfrentado nas corporações.

De acordo com dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom) divulgados em 2022, a presença de pessoas com deficiência, mulheres e negros no mercado ainda é pequena. Enquanto 24% dos brasileiros apresentam algum tipo de deficiência física ou motora, os profissionais com deficiência ocupam apenas 0,8% das vagas do setor. Em relação às mulheres, que representam 51% da população brasileira, são somente 20% dos profissionais de tecnologia no Brasil – mesmo percentual apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019. Ainda segundo o IBGE, apenas 34,9% do total de colaboradores do setor eram pretos ou pardos.

Apesar das disparidades de sexo e raça presentes no mercado de tecnologia, muitas empresas de TI começaram a se atentar para a necessidade de ter uma equipe mais plural, indicando uma tendência de mudança no atual cenário, impulsionada também por programas de incentivo à participação das minorias na área tecnológica. "Percebemos que as empresas estão mais abertas para contratação de pessoas de qualquer sexo, cor ou identidade de gênero nos últimos anos. Já tivemos casos inclusive de vagas específicas para mulheres, negros ou pessoas trans. O mais importante é a adaptação à cultura corporativa e os requisitos técnicos para preenchimento da vaga", destaca Christina Curcio, CEO da Icon Talent, empresa de recrutamento e seleção de TI.

Ela ressalta que a contratação de profissionais com diferentes origens, gêneros, raças e culturas é uma das maneiras mais eficazes de garantir que as empresas de TI possam inovar e atender às necessidades de uma sociedade cada vez mais diversa e conectada. "Uma equipe plural traz diferentes perspectivas e experiências para a empresa, o que pode ajudar a criar soluções mais criativas e inovadoras. Além disso, a diversidade também ajuda a evitar a criação de soluções tecnológicas que possam excluir grupos minoritários".

De acordo com Christina Curcio, para promover a diversidade na área de TI, as empresas podem adotar algumas estratégias, como oferecer programas de capacitação e treinamento para grupos minoritários, criar políticas de inclusão e diversidade, incentivar a diversidade em sua cultura organizacional e promover a equidade salarial.

Um estudo da consultoria McKinsey mostrou que empresas com maior diversidade de gênero e étnica têm maior probabilidade de superar seus concorrentes em desempenho financeiro. Segundo a pesquisa, empresas com maior diversidade de gênero têm um desempenho 21% melhor do que as demais. Já as empresas com maior diversidade étnica têm um desempenho 33% melhor do que as menos diversas.

"As empresas que valorizam a diversidade e promovem uma cultura inclusiva tendem a ter uma equipe mais criativa, inovadora e produtiva, além de ter maior facilidade em atrair e reter talentos qualificados. Promover a diversidade não apenas traz benefícios para a empresa, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa", destaca Christina Curcio.

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