Queda das exportações de celulares contribui para déficit do setor eletroeletrônico

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O saldo da balança comercial dos produtos elétricos e eletrônicos no mês de abril ficou negativo em mais de US$ 1 bilhão, o que resultou em um déficit acumulado no ano de cerca de US$ 4 bilhões, 27% acima do registrado em igual período de 2006, quando atingiu US$ 3,2 bilhões. O recrudescimento deste déficit, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), decorreu da queda das exportações e do aumento das importações.

A redução das exportações foi causada pela retração expressiva das vendas dos telefones celulares. No período de janeiro a abril deste ano, as vendas externas desses aparelhos caíram 21% em relação ao primeiro quadrimestre do ano anterior. Especificamente, no mês de abril a queda foi de 42% Também tiveram queda nesses quatro primeiros meses do ano as exportações das áreas de material elétrico de instalação (-3,9%), informática (-19,1%) e utilidades domésticas (-1,6%), comparadas com igual período do ano passado
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Por outro lado, cresceram as exportações das áreas de automação industrial (+26%), equipamentos industriais (+43%), componentes (+21%) e geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (+30%) na comparação com abril de 2006.

De acordo com a Abinee, apesar da significativa perda de competitividade da indústria eletroeletrônica do país, em decorrência da valorização cambial, o crescimento do mercado mundial tem permitido que algumas empresas mantenham suas exportações. Além disso, têm sido relatadas perdas de clientes firmes decorrentes de renegociações das condições comerciais, e muitas dificuldades para novos negócios que são aqueles que têm permitido os ajustes de preços necessários para a garantia de um mínimo de rentabilidade na operação.

As importações em abril somaram US$ 1,8 bilhão, 13,5% acima das registradas em igual mês de 2006 (US$ 1,6 bilhão). No acumulado do ano, já atingem US$ 6,9 bilhões, que representa um crescimento de 13,3%, em relação a igual período de 2006. As compras externas de todos os meses deste início de ano foram superiores às realizadas em iguais meses do ano passado.

Tendo como referência as importações do primeiro quadrimestre, observa-se que, enquanto as compras externas de componentes estão estáveis as de produtos finais apresentam expressivos crescimentos, que variam de +10% para geração, transmissão e distribuição de energia elétrica a +78% para bens de informática. No caso de componentes, a estabilidade das importações revela situações extremas do mercado.

Enquanto as importações de semicondutores cresceram 56% no período, atingindo US$ 1,8 bilhão, as correspondentes aos demais componentes caíram 22%. No primeiro caso, cresceram as importações de microprocessadores e microcontroladores, produtos destinados à área de informática, cuja produção no primeiro trimestre cresceu acima de 30% segundo dados do IBGE.

Conforme dados da Abinee, o faturamento das indústrias de automação Industrial e de informática no período cresceu 34% e 14%, respectivamente, enquanto que caiu o dos setores de telecomunicações (-24%) e utilidades domésticas (-9%). Considerando que as exportações dos produtos dessas áreas caíram ou ficaram abaixo do crescimento do faturamento, depreende-se que esses setores estão perdendo espaço tanto no mercado interno como no internacional.

Com os dados apresentados, a Abinee conclui que, de forma geral, as indústrias do setor eletroeletrônico estão se voltando para o mercado interno. Os setores com maiores dificuldades com a valorização da moeda brasileira, são justamente os de bens eletrônicos de menor agregação de valor local.

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