A assembleia geral anual de acionistas do Facebook , ocorrida na terça-feira, 11, foi marcada por fortes questionamentos ao CEO da rede social, Mark Zuckerberg, de investidores insatisfeitos com o desempenho da companhia desde que abriu o capital, em maio do ano passado. Segundo The Wall Street Journal, o "ataque" dos acionistas demonstra o quão longe Zuckerberg terá de ir para convencer Wall Street de que tem capacidade e habilidade de construir o tipo de negócio que esperam.
De maio do ano passado para cá, o preço das ações da companhia caíram cerca de 40% em relação ao valor negociado na oferta pública inicial (IPO) e esse foi o assunto que dominou a reunião, já que o próprio Zuckerberg abriu a reunião demonstrando preocupação com o desempenho dos papéis na bolsa eletrônica Nasdaq. "Estamos decepcionados com o desempenho das ações no último ano", disse. "Esperamos que haja flutuações", resumiu o CEO.
Os papéis do Facebook encerraram o pregão desta quarta-feira, 12, cotados a US$ 23,73 cada, preço 1,25% abaixo do fechamento do dia anterior. Já no IPO, ocorrido em 18 de maio de 2012, as ações fecharam valendo US$ 38,23, patamar que nunca mais foi atingido no último ano.
Zuckerberg defendeu o modelo de negócio da companhia e suas recentes decisões, como as alterações em seus aplicativos móveis e novos anúncios de produtos, argumentando que há sinais de força nos negócios da empresa, principalmente em mobilidade, segmento que gerou de 30% de receita com anúncios. O CEO disse ainda que o preço das ações não afetou seu roteiro para o Facebook. "Nada me fez pensar que a estratégia fundamental está errada". Contudo, a empresa ainda sofre pressões para alavancar suas margens, sem se tornar uma página comercial ao extremo.
Em meio aos questionamentos dos investidores sobre o desempenho das ações, chamado de "desastre" por um deles, Zuckerberg tentou garantir que se preocupa em ganhar dinheiro e está ativamente envolvido na descoberta de novas ideias para fazer mais dinheiro. "Estou muito bem versado em nosso negócio de publicidade", disse. Apesar da tensão, os acionistas votaram a favor da agenda de gestão da companhia.