Acionista da Portugal Telecom defende separação da Telefônica

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O executivo José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento (Besi), um dos acionistas da Portugal Telecom, afirmou ser claramente a favor da separação do grupo português da Telefônica e declarou que a empresa nunca venderá a Vivo, a menos que encontre uma solução para continuar no mercado brasileiro.

O presidente do Besi se referia à suposta oferta que o grupo espanhol à Portugal Telecom, que de acordo com o jornal britânico Financial Times é de 3 bilhões de euros (cerca de R$ 7,8 bilhões), para a compra dos 50% restantes do capital da Vivo que estão em mãos da operadora portuguesa.

Ricciardi disse que "a visão estratégica da Telefônica é diferente da Portugal Telecom, não fazendo, por isso, sentido que um parceiro que não está de acordo com o objetivo do núcleo estratégico da empresa portuguesa fique" num projeto conjunto, como a Vivo. De acordo com o executivo, a PT só vai vender a sua posição na Vivo se e depois de encontrar uma solução para continuar no Brasil.

Sobre as negociações da Portugal Telecom para compra de eventuais operadoras no mercado brasileiro, Ricciardi informou que "não há qualquer proposta firme", mas continua a haver contatos com a Telemar e com a Brasil Telecom. Em relação a definição de um calendário para resolução da questão Vivo no Brasil, o presidente do Besi, afirmou que esse tipo de operação é de "grande complexidade" e também se recusou a adiantar uma data para que haja uma decisão sobre sua expansão no mercado brasileiro.

Nas últimas semanas, os governos português e brasileiro se manifestaram favoráveis à criação de um grande grupo de telecomunicações luso-brasileiro, que nascesse da fusão da Brasil Telecom e da Oi (ex-Telemar), em que a Portugal Telecom viesse a ter uma participação. A companhia não confirma a criação desse grande grupo nem que estejam sendo feito esforços nesse sentido, mas muitos analistas, portugueses e brasileiros, têm apontado que essa seria a única alternativa viável para que a Portugal Telecom aceitasse sair da Vivo, garantindo a permanência no Brasil.

Em declarações publicadas no Diário Econômico, o presidente da Portugal Telecom, Henrique Granadeiro, disse a empresa não está vendendo sua posição na Vivo, nem recebeu qualquer proposta de compra por parte da Telefônica, contrariando as afirmações do presidente da empresa espanhola, César Alierta. Ela também negou nesta quinta-feira (12/7) que a empresa não está em negociações com a Oi ou a Brasil Telecom. "Os acionistas são livres de ter as conversas que entenderem. Mas negociações são com a Portugal Telecom, e isso não há", afirmou Granadeiro, quando questionado sobre as declarações do presidente Besi.

Sobre o leilão para a compra da Telemig Celular e Amazônia Celular, cujo prazo de apresentação de propostas termina segunda-feira (16/7), Granadeiro se recusou a adiantar se a Vivo vai ou não concorrer. Mas admitiu que, como acionista majoritário da empresa, a Portugal Telecom "já tomou uma decisão", dizendo que a deliberação final caberá sempre aos dois sócios, ou seja, depende de um consenso entre Telefônica e Portugal Telecom. "Não sei se a Vivo vai ao leilão da Telemig, mas é absolutamente certo que vai ao leilão das novas freqüências", adiantou, referindo-se às licenças para operar GSM no Nordeste e em Minas Gerais, cuja licitação será decidida em breve pela Anatel.

Com informações da Agência Lusa.

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