As futuras operadoras móveis virtuais (MVNOs) que surgirem no Brasil precisarão de parceiros de tecnologia, empresas que lhes ajudem a se conectar às plataformas das operadoras tradicionais. Esse trabalho é realizado pelas chamadas mobile virtual network enablers (MVNEs). A multinacional Atos Origin, conhecida pelo seu trabalho de consultoria e integração de sistemas, já tem experiência nessa área no exterior e deseja atuar como MVNE também no Brasil. A empresa não é a única e terá que enfrentar a concorrência da Accenture e da brasileira Triad Systems, ambas de olho no mesmo mercado.
O diretor mundial de desenvolvimento de negócios da Atos Origin, Gerben Menting, esteve há poucas semanas no Brasil apresentando a solução de MVNE da empresa a uma plateia de executivos locais, na qual havia representantes do grupo Pão de Açúcar e do Bradesco, o que comprova o interesse de grandes varejistas e de bancos pelo assunto. A Atos Origin se posiciona como uma MVNE. A única tarefa que ela prefere não exercer é a compra de tráfego para revenda, como fazem algumas MVNEs na Europa e que acaba por misturar os papéis de MVNEs e MVNOs, esclarece Menting. Entre os principais projetos de operadoras virtuais que a Atos Origin participou no exterior estão a Virgin no Reino Unido; a Simyo, da KPN, na Holanda; e a Telecable, na Espanha.
América Latina
Citando pesquisas da Pyramid e da Informa, o executivo projeta que a América Latina e o Leste Europeu serão as regiões com maior crescimento de MVNOs nos próximos três anos. Na América Latina, a expectativa é de que haja 6,6 milhões de assinantes de operadoras móveis virtuais em 2013, sendo o Brasil o principal mercado na região.
Na opinião de Menting, a premente escassez de espectro em grandes áreas metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro não será um empecilho nas negociações das MVNOs. A solução pode estar no uso de picocells ou femtocells por parte das operadoras tradicionais, de forma a aliviar o tráfego em suas redes.
O executivo entende que as operadoras tradicionais se interessarão em abrir suas redes para MVNOs, pois estas são capazes de atuar com mais eficiência em nichos específicos, barateando o custo de aquisição de novos clientes. O gerente de produtos de telecom da Atos Origin no Brasil, Rodolfo Bugarin, aposta principalmente em operadoras virtuais voltadas para comunidades religiosas ou para o público adolescente.
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