Solução ajuda hospital a eliminar consumo de papel

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Todos os meses, a Fundação São Francisco Xavier – entidade filantrópica fundada pela Usiminas e que administra o Hospital Márcio Cunha, o Centro de Odontologia Integrada, o Colégio São Francisco Xavier e a Operadora de Planos de Saúde – consumia cerca de 900 mil folhas de papel, para, entre outras atividades, imprimir informações sobre pacientes. A digitalização dos prontuários médicos, projeto implementado no ano 2000, ao invés de reduzir os gastos com papel, multiplicou o volume de impressões pois, para que as informações de cada paciente fossem consultadas no atendimento era necessário imprimi-las.
Responsável pelo atendimento médico hospitalar à população de mais de 30 municípios da região do Vale do Aço, em Minas Gerais, a instituição se viu em uma encruzilhada de consumo e decidiu adotar um sistema para a assinatura digital de prontuário médico eletrônico, o GAD (Gestão de Assinaturas Digitais), com o objetivo de reduzir custos operacionais, além de preservar o meio ambiente.
Implementada pela TechBiz Informática, a solução reduz quase 100% o número de impressões. O processo eletrônico prevê que todas as informações do prontuário médico sejam enviadas para um módulo de consulta na intranet do hospital. A partir daí, os médicos podem consultar e inserir informações sobre seus pacientes, após se identificarem usando o autógrafo digital.
O sistema valida as informações na unidade certificadora, as armazena no GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) e disponibiliza todos os prontuários na intranet, através de um módulo de consulta. "Depois que a assinatura é feita, a solução 'dialoga' com o sistema do hospital atestando a finalização do processo", explica a programadora de sistemas da Fundação, Joerika Costa Machado.
O novo processo permitiu à instituição reduzir a aproximadamente zero o consumo de papel, antecipando a meta de "impressão zero" programada para outubro deste ano, segundo o médico Mauro Oscar Soares de Souza Lima, gerente do departamento médico do Hospital Márcio Cunha.
Além da economia de papel, ele informa que a solução contribui para a "disponibilidade de acesso imediato às informações mais completas, legíveis e melhor organizadas, adição de funcionalidades que realizam a agregação das informações apoiando a pesquisa médica e a gerência da prática médica, bem como a adição de funcionalidades que apóiem a tomada de decisão, identificação de eventos clínicos que necessitam de atenção, emissão de lembretes e diminuição de tarefas manuais", enumera.
Para o paciente não há mudança perceptível, o corpo clínico é quem usufrui dos benefícios, incluindo a pesquisa mais eficiente dos prontuários, que pode ser feita pelo BI (Business Intelligence). Somente usuários que possuem perfil de acesso diferenciado (de forma a garantir o sigilo e a confidencialidade) é que podem consultar os arquivos.
Nos prontuários estão a identificação do paciente, bem como anamnese – entrevista inicial para o diagnóstico de uma doença, realizada pelo médico, exames físicos e complementares e seus respectivos resultados, prognóstico, diagnóstico, tratamento indicado, tratamento efetivado, evolução diária médica e multidisciplinar se for o caso, ou seja, exatamente tudo o que manualmente se realiza, só que eletronicamente. Após sua utilização esse arquivos não podem ser modificados de maneira alguma sendo assegurada sua integridade e inviolabilidade.
O investimento em um projeto de assinatura digital de prontuário médico eletrônico é de aproximadamente R$ 300 mil, incluindo desenvolvimento de sistemas e montagem de infraestrutura, segundo a Techbiz. "No projeto da Fundação São Francisco Xavier estiveram envolvidos cerca de 20 profissionais – sem contar os médicos e os usuários. Trata-se de um projeto inovador. É importante dizer que, além da economia de papel, há uma redução do número de pessoas alocadas no manuseio dos documentos e do espaço para armazenamento físico das informações", conclui Rafael Velasquez, gerente de operações da TechBiz Informática.
De bem com a natureza
De acordo com a consultoria de meio ambiente do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), para produzir uma tonelada de papel são necessárias de duas a três toneladas de madeira, duzentas porções de água para uma porção da fibra curta (material encontrado no Eucalipto), energia elétrica e produtos químicos altamente tóxicos, como o dióxido de cloro, usado na separação e no branqueamento da celulose.
Esse processo representa um sério risco para o meio ambiente e para a saúde humana, pois é nele que são eliminadas as dioxinas, compostos classificados pela EPA, a agência ambiental norte-americana, como o mais potente cancerígeno já testado em laboratórios, e ao qual estão associadas a várias doenças do sistema endócrino, reprodutivo, nervoso e imunológico.

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