Baixo crescimento da receita faz ações do Alibaba caírem quase 6% na Bolsa de Nova York

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Menos de um ano após ter protagonizado o maior IPO da história dos Estados Unidos, o gigante chinês do comércio eletrônico Alibaba dá sinais de que começa a sentir os efeitos das sucessivas desvalorizações cambiais promovidas pelo Banco do Povo da China (PBOC), que culminou com na superdesvalorização de 1,9% na terça-feira, 11, da batalha custosa com os rivais para conquistar mais usuários móveis.

Nesta quarta-feira, 12, companhia divulgou o mais baixo crescimento da receita trimestral em mais de três anos, sendo que as transações com os consumidores chineses também decepcionaram os investidores. Isso fez com que as ações do Alibaba na Bolsa de Nova York, registrassem queda de 5,7%, negociadas a US$ 72,96, nesta quarta-feira, 12. Os papéis da empresa, que haviam atingido US$ 120 em novembro do ano passao, valem agora apenas 7,3% acima do preço inicial de US$ 68 da oferta pública de ações.

Apesar disso, o lucro líquido do Alibaba no segundo trimestre mais que dobrou, para US$ 4,97 bilhões, ou um ganho de US$ 1,92 por ação, em decorrência principalmente de um ganho com a desconsolidação das operações do Alibaba Pictures. Excluindo esse e outros itens especiais, o lucro por ação subiu 21%, para US$ 0,59, acima das estimativas dos analistas, que era de US$ 0,58 por ação, segundo a Thomson Reuters. A receita cresceu 28%, para US$ 3,26 bilhões, ante a estimativa de analistas de US$ 3,39.

A empresa atribuiu o crescimento da receita mais lento à suspensão das vendas de loterias online pelo governo central, no início deste ano, às taxas mais baixas do grupo de compras do Alibaba e ao site de vendas flash, bem como à transferência de seu negócio de pequenos empréstimos para sua financeira afiliada.

O dado positivo é que as transações móveis continuaram a crescer, respondendo por 55% das transações globais do Alibaba, acima dos 51% do trimestre anterior e dos 33% registrados no segundo trimestre do ano passado. O número de usuários ativos em plataformas móveis da empresa aumentou para 307 milhões no período, contra 289 milhões no trimestre anterior e 188 milhões um ano atrás.

Recentemente, o Alibaba anunciou a reformulação de sua estratégia para reforçar sua presença em áreas nas quais ela fica atrás de alguns rivais, como JD.com. Na segunda-feira, 10, a companhia divulgou o fechamento de um acordo para adquirir 20% de participação na varejista chinesa de eletrônicos Suning Commerce Group, por pouco mais de US$ 4,63 bilhões, num movimento destinado a expandir a oferta de gadgets e a capilaridade logística para chegar aos moradores de aldeias remotas da China.

O Alibaba disse que está vendo com preocupação a decisão do governo de desvalorizar o iuan, já que a medida deve afetar os gastos dos consumidores no varejo. Em entrevista à imprensa internacional nesta quarta-feira, 12, o CEO do Alibaba, Daniel Zhang, ressaltou que a empresa está mantendo um olho nas tendências de consumo, embora tenha dito estar otimista "porque os compradores mais ativos fazem compras freqüentes durante todo o ano, incluindo produtos de uso diário".

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