O segundo painel do ESG Fórum, nesta quarta-feira, 10, trouxe a repercussão da digitalização e transformação digital das empresas como viés do desenvolvimento sustentável. A adoção das novas ferramentas ajuda a otimizar os processos, melhorar as entregas e facilitar a integração entre equipes e sistemas e promover o benchmark, contribuindo diretamente com o atendimento das necessidades de ESG. Modernização de infraestrutura, nuvem, automação, IoT, blockchain, IA, ferramentas de gestão, entre outras facilitam estabelecer quais ações precisam ser tomadas a curto e longo prazo pelas organizações. Alguns defendem que o termo deveria ser ESGT, incorporando a palavra tecnologia na sua definição.
"Diversidade, equidade, inclusão e tecnologia são diretivas que estão entres a ODS e que atenderiam a mais de 60 milhões de pessoas com necessidades específicas em todo o mundo. A tecnologia é uma viabilizadora nas diretrizes e pode ajudar essas pessoas a acessar a web – incluindo também aqueles com limitações irreversíveis temporárias ou idade', explicou Edmundo Fornasari, diretor de Relações Institucionais da EqualWeb, empresa brasileira de tecnologia israelense que viabiliza acesso à internet por meio uma plataforma voltada para este público.
Conforme salientou, acessibilidade é um dos itens do ESGT para inclusão das pessoas e menos de 1% dos sites da internet, por exemplo, estão preparados para este público invisível. "Para haver a inclusão tempo, investimento, leis não cumpridas ou de difícil adaptação, profissionais preparados e atualização de tecnologia precisam deixar de ser empecilhos nas empresas. e é fato que empresas inclusivas têm mais chances de atingir metas financeiras. Equipes diversas inovam mais rápido e diminuem riscos de continuidade de negócios", disse o executivo. "Ao mesmo tempo que uma gestão de tecnologia permite mais atenção às vulnerabilidades de ciber segurança especialmente no uso de dados, na atenção a LGPD e a uma governança mais robusta", aduziu.
José Damico, CEO & Co-Founder da SciCrop reiterou que trabalhar com ESG é ampliar limites. "Dentro dos E e S é que se encontra como fazer coisas de valor dentro das companhias . As empresas que precisam tomar ações de Enviroment com ações sólidas . Vamos ver no mapa brasileiro áreas que não podem ser desmatadas e no seu entorno comunidades que precisam sobreviver de recursos sustentáveis. A simples troca de créditos de carbono para constar do relatório não faz sentido se pretendemos uma sociedade mais engajada. Nossa proposta leva em consideração a troca de créditos para uso em tecnologia dentro do ecossistema como o agribusiness e para empoderamento das comunidades com serviços em garantia da preservação de áreas de preservação", explicou.
Proteger o meio ambiente através de ativos digitais vem enchendo os olhos das comunidades que orbitam esse universo é uma das consequências da aplicação das políticas ESG pelas empresas nos últimos anos. Alia-se a isso a descentralização do dinheiro por meio das criptomoedas como meio de impulsionar o mercado de carbono e tem-se aí um novo modelo de negócios que a Celo, ecossistema de blockchain de código aberto focado em tornar sistemas e ferramentas financeiras descentralizadas (DeFi), que enxergou na tecnologia uma grande oportunidade de transformar ativos digitais em ações que gerem valores relevantes sociais e ambientais.
Para Camila Rioja Arantes, LatAm Lead da Fundação Celo, ao se universalizar este tipo de possibilidade para o celular a empresa amplia o que se fala de inclusão, acessibilidade e principalmente tecnologia. Além disso, a tecnologia associada ao ESG possibilita iniciativas que podem transformar o Brasil em uma grande potência de economia verde.
"A Celo tem essa preocupação nativa, e compactua com o compromisso de ter no mínimo 40% de sua reserva composta por ativos naturais tokenizados. A comunidade da Celo desenvolveu as primeiras e únicas stablecoins verdes de real, euro e dólar, ou seja, é a primeira blockchain que permite que usuários e empresas respeitem o meio ambiente durante as transações que são tão rápidas quanto o mercado tradicional e seguras", explica Camila Rioja.